Qual o foco narrativo da autobiografia?

Perguntado por: ufernandes . Última atualização: 27 de setembro de 2023
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Por exemplo, se ele quer narrar uma autobiografia, é verossímil escolher um narrador identificado como “eu”, que narre sobre suas próprias experiências e priorize a perspectiva de 1ª pessoa.

O foco narrativo designa o ponto de vista daquele que narra a história. Dessa forma, ele pode ser em primeira pessoa, isto é, quando pertence a uma das personagens (principal ou coadjuvante), e também pode ser em terceira pessoa, ou seja, quando não pertence a uma das personagens, localizando-se fora da história.

Utilizar um narrador observador não significa ser imparcial. Em muitas biografias, é perceptível a visão do autor sobre o que é narrado, seja em elogios ao biografado, seja em manifestações (sutis ou não) de descontentamento com algum fato ou atitude presente na obra.

O foco narrativo de primeira pessoa ocorre quando o narrador conta a história e também participa dos acontecimentos narrados. Esse tipo de foco narrativo não permite um conhecimento amplo por parte do narrador, pois ele está limitado somente àquilo que ele vivencia: Márcia era a loura dos assaltos.

Na obra Miguel Strogoff, de Júlio Verne, verifica-se a presença clássica do tipo de narrador observador: distante e neutro, ele apresenta a vida do personagem como um filme.

Em outras palavras, o foco narrativo, representa a “voz do texto”, sendo classificados basicamente em três tipos:

  • Narrador Personagem.
  • Narrador Observador.
  • Narrador Onisciente.
  • narrador em primeira pessoa: narrador personagem protagonista: possui relação íntima com a narrativa. narrador personagem testemunha: conta a história de outra pessoa e possui relação próxima com ela.
  • narrador em terceira pessoa: narrador observador: conta uma história como alguém que a percebe de fora.

Os tipos de narrador são o narrador personagem (em primeira pessoa), que participa da história; o narrador observador (em terceira pessoa), que apenas narra o que vê; e o narrador onisciente (também em terceira pessoa), que tem total conhecimento de personagens e fatos.

Os tipos de narração costumam se dividir em romance, novela, conto, crônica e fábula.

A este ponto de vista chamamos foco narrativo, que pode ser em primeira ou em terceira pessoa. De acordo com foco narrativo, temos, basicamente, três tipos de narrador: o onisciente, o observador e o personagem.

Foco narrativo de segunda pessoa
A história é narrada por um narrador externo que se dirige diretamente ao leitor. Neste caso o leitor acaba por se transformar em um personagem da história, na maioria das vezes como protagonista.

Com uma narrativa que mistura ficção e realidade, o escritor nos leva numa viagem de volta ao passado e à inocência de uma criança que vê tudo pela primeira vez. O livro é dividido em 12 capítulos, começa com um prólogo e termina com o epílogo, ambos conectados.

O foco narrativo desse conto, A porta aberta, trata-se da narração em terceira pessoa, a que possui um narrador onisciente, aquele que não participa da história e descreve-a, sabendo até os sentimentos e pensamentos dos personagens.

Do Outro Mundo é um livro infantojuvenil que parece a princípio sobrenatural, com a presença de um fantasma, mas a verdadeira intenção da narrativa é a retomada de um passado estremamente cruel e violento: a escravidão.

No conto Miss Dollar, de Machado de Assis, o narrador nos apresenta primeiramente uma introdução em relação à personagem Miss Dollar. Ele se coloca como um narrador-onisciente, que está a par de tudo, e que, a partir disso, pode inserir comentários na narrativa.

A personalidade do narrador influencia a credibilidade da história. Um narrador confiável e imparcial pode dar uma sensação de objetividade, enquanto um narrador parcial ou pouco confiável pode criar dúvidas e mistérios.