Quantos litros pode tirar da ascite?

Perguntado por: lvieira . Última atualização: 25 de setembro de 2023
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Nos pacientes sem disfunção renal, pode-se retirar até 5 litros de liquido sem necessidade de reposição de albumina. Nos pacientes com disfunção renal ou quando a retirada for maior que 5 litros, deve-se administrar albumina humana endovenosa na dose de 6-8 g de albumina para cada litro de líquido ascítico drenado.

Para paracentese terapêutica, remove-se um grande volume de líquido. Em geral, a remoção de 5 a 6 L de líquido é bem tolerada. Em alguns pacientes, pode-se remover até 8 L.

O exame físico apresenta alguns sinais semiológicos que auxiliam no diagnóstico: Toque retal: ascites de pequena monta <300ml (método de exame físico mais precoce) Macicez móvel: presença de mais do que 1,5 litros de ascite. Piparote: presença de mais do que 5 litros de ascite.

O melhor meio de retirar o excesso de líquido do abdômen é através de um procedimento chamado paracentese, que consiste na introdução de uma agulha ligada a uma bolsa coletora para drenagem do líquido ascítico. A paracentese é um procedimento simples, realizado com anestesia local e praticamente indolor.

A ascite pode se desenvolver quando ocorre uma redução da pressão osmótica, como nos casos de cirrose, síndrome nefrótica e desnutrição grave. Isso acontece quando há uma redução da quantidade de proteínas fora dos vasos e artérias.

A complicação mais comum da paracentese é o vazamento do líquido ascítico, que pode vir a ocorrer devido ao erro na técnica de analgesia ou em decorrência do uso de agulhas muito calibrosas.

Apesar de soar contraditório, cortar a hidratação de quem sofre com ascite na tentativa de diminuir o tamanho da popularmente chamada barriga d'água pode dificultar o controle dessa condição, além de trazer prejuízo para o funcionamento dos rins.

Deve-se evitar alimentos naturalmente salgados como enlatados, embutidos ou conservados com sal. Pacientes fazendo uso de diuréticos devem registrar seu peso rotineiramente e informar imediatamente seu médico se apresentarem febre, confusão mental ou desorientação e piora da ascite.

Com base no exame físico e/ou ultrassonografia, a ascite pode ser classificada, conforme sua magnitude, em três graus: ascite grau I (leve) - detectada apenas por US. ascite grau II (moderada) - distensão abdominal moderada e simétrica do abdome. ascite grau III (tensa) - distensão abdominal volumosa e tensa.

Classificação de ascite

  1. Grau 1 – Ascite leve: só é detectável por exame ultrassonográfico.
  2. Grau 2 – Ascite moderada: manifesta-se por distensão simétrica moderada do abdome.
  3. Grau 3 – Ascite acentuada: provoca evidente e tensa distensão abdominal.

O tratamento básico da ascite consiste em uma dieta com pouco sal, com no máximo 2.000 mg de sódio por dia. Se a dieta não for eficaz, em geral as pessoas também recebem medicamentos denominados diuréticos (como espironolactona ou furosemida).

Esse aumento de volume no abdome pode causar dificuldades na alimentação e na mobilidade diária do paciente. O líquido ascítico pode desenvolver uma infecção chamada peritonite bacteriana espontânea, que clinicamente se apresenta com dor abdominal, febre e náuseas.