Porque o autista não consegue olhar nos olhos?

Perguntado por: dsalgado . Última atualização: 26 de setembro de 2023
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Diversos relatos de autistas descrevem o desconforto contínuo do contato visual. Se sentem incomodados, intimidados e até mesmo perdem a concentração sobre o que estão falando ou ouvindo ao fixarem a visão nos olhos de alguém.

Além disso, observou-se que adultos autistas geralmente acham mais difícil processar informações verbais enquanto fazem contato visual. Ou seja, elas abrem mão do contato visual justamente para conseguirem prestar atenção ao que está sendo dito por outra pessoa.

Outros comportamentos visuais comuns em pessoas com autismo
Um exemplo de como os autistas podem olhar para objetos é o chamado “olhar de canto de olho”. Ou seja, em vez de olhar diretamente para um objeto, eles podem usar a visão periférica ou olhar de esguelha para visualizar o objeto.

Uma dica para atrair o olhar da criança com autismo é diminuir os estímulos do ambiente, seja em uma situação de intervenção terapêutica ou em casa. Isso porque com vários estímulos ao redor, a chance da criança se distrair é maior. Outra dica é se colocar na frente da criança, seja no chão ou em uma mesa.

Um dos sinais mais conhecidos da presença do TEA é a dificuldade que a pessoa no espectro tem de olhar nos olhos de outra pessoa. Essa característica, quando presente, se manifesta desde a infância, então quando você perceber “meu filho não me olha nos olhos”, pode ser um indicativo do autismo.

Disfunção sensorial da visão em pessoas com autismo
Isso pode levar a sintomas como visão turva, distorção visual, dificuldade em distinguir cores, sensibilidade aumentada ou diminuída à luz, entre outros.

Em testes sobre a percepção das cores em pessoas com autismo onde 85% das crianças viram as cores com maior intensidade do que as neurotípicas, 10% viram da mesma forma que as outras, e 5% não conseguiram distinguir as cores, enxergando tudo em tons de cinza.

Dificuldade em focar-se numa tarefa simples e concretizá-la. Preferência por ficar sozinho do que brincar com outras crianças. Não ter, aparentemente, medo de situações perigosas. Ficar repetindo palavras ou frase em locais inapropriados.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) são comumente confundidos por apresentarem sintomas semelhantes e que podem comprometer o comportamento, o aprendizado, o desenvolvimento emocional e as habilidades sociais de quem os possui.

Comunicação – ambas condições podem interferir na comunicação da criança em certo ponto, mas as crianças com TEA costumam ter mais dificuldade em interagir socialmente com as pessoas ao redor, acham difícil manter o contato visual ou podem falar por horas apenas sobre um objeto ou tema de interesse.

Geralmente o pouco contato visual está ligado a timidez, insegurança e autojulgamento. O melhor a se fazer seria marcar uma consulta (sessão) com um profissional, para trabalhar autoconhecimento e se entender melhor em situações cotidianas como essa!

Para trabalhar a atenção compartilhada, utilize gestos, expressões faciais, aponte para algum brinquedo e use um tom de voz animado enquanto estiver conversando com a criança. Investigue os temas, sensações, cheiros, texturas e ações (como cócegas ou palmas, por exemplo) que sejam de interesse da criança.