O que os médicos acham da eutanásia?

Perguntado por: oprates . Última atualização: 17 de julho de 2023
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Estudo questionou 251 médicos. 55% diz que concorda eutanásia voluntária, menos de 40% concorda com a eutanásia involuntária e apenas 20% aceita a eutanásia em "adulto com doença terminal".

A ciência descreve fenômenos vitais e/ou mortais, mas quem dá sentido, é o mundo religioso , aponta. Para ele, a eutanásia deve ser encarada como uma questão importante no século XXI, uma vez que não temos mais uma instância "mística" que veja sentido numa vida marcada pela dor, sofrimento, dependência ou prostração.

Um dos argumentos centrais contra a eutanásia está relacionado com a ideia de que a vida humana é a fonte de todo o sentido ou valor e, por isso, a verdadeira autonomia não pode escolher a morte.

Os argumentos principais a favor da eutanásia e/ou suicídio assistido são o alívio da dor e do sofrimento, considerados insuportáveis pelo paciente, e o respeito pela sua autonomia pessoal. Os principais argumentos contra são o da inviolabilidade da vida humana e o do risco de maus usos e abusos.

Mas quais serão as principais consequências práticas da legalização da eutanásia? As principais consequências serão as seguintes: 1) destruição da relação médico-doente; 2) risco do fenómeno “rampa deslizante”; 3) eutanásia passiva; 4) coação moral sobre os mais fracos; 5) eutanásia involuntária.

No Brasil, a eutanásia é um crime previsto em lei como assassinato, no entanto, existe um atenuante que é verificado no caso do ato ter sido realizado a pedido da vítima e tendo em vista o alívio de um sofrimento latente e inevitável, que reduz a pena para a reclusão de 3 a 6 anos.

Crenças, valores, tradições e, principalmente as poucas discussões sobre o assunto são os principais fatores que provocam essa nossa recusa em considerar a possibilidade de nossa finitude. É como se, falar sobre a morte pudesse trazer “mau agouro” e, de alguma maneira, fosse atraí-la ou antecipá-la.

O sistema normativo penal brasileiro não tem uma legislação específica, quando estamos falando da eutanásia. Com essa ausência, a prática pode ser enquadrada como auxílio ao suicídio, homicídio praticado por motivo piedoso ou até mesmo como omissão de socorro.

Argumentos contra a eutanásia
No aspecto religioso, entende-se pelo cometimento de assassinato promover a morte do paciente em estado terminal, o que seria uma espécie de autorização do homicídio, crime expressamente tipificado na lei brasileira.

Eutanásia voluntária: quando a morte é provocada atendendo a uma vontade do paciente. Eutanásia involuntária: quando a morte é provocada contra a vontade do paciente. Eutanásia não voluntária: quando a morte é provocada sem que o paciente tivesse manifestado sua posição em relação a ela.

O Código de Ética médica também veda a prática da eutanásia, embora determine que, no atendimento do paciente incurável e terminal, o médico deve oferecer todos os cuidados que lhe aliviem o sofrimento. É, portanto, um tema extremamente extenso e polêmico.