O que Nietzsche diz sobre amor fati?

Perguntado por: omendes9 . Última atualização: 25 de setembro de 2023
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O amor fati possui uma relação intrínseca com o eterno retorno: afirmar o mais terrível da vida, afirmar o amor à vida, ou seja, é querer que cada instante não seja outra coisa, diferente do que é. O amor fati é uma forma de medir a grandeza da vontade afirmativa do homem, como Nietzsche escreve em Ecce Homo.

O amor não é outra coisa que um derramamento, uma espécie de luxo e de dádiva daquilo que cada indivíduo conquistou por e para si mesmo e quer partilhar, alegremente, com um outro. Nesse caso, não há nada de carência, mas muito pelo contrário, de plenitude. Quanto mais pleno de si, mais capaz de amar será um indivíduo.

Nietzsche

Na filosofia de Nietzsche o amor fati representa a plena aceitação da doutrina do eterno retorno do mesmo.

A expressão em latim significa “ame seu destino” e é um ditado que, embora cunhado por Nietzsche, tem seu ensinamento como um dos pilares do Estoicismo. “Minha fórmula para a grandeza no homem é amor fati: não querer ter nada de diferente, nem para a frente, nem para trás, por toda a eternidade…

Abraçar os acontecimentos. Fazer do fogo, combustível. Mudar suas atitudes em relação à vida. São esses os ensinamentos da expressão em latim AMOR FATI.

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Um casamento no qual um quer alcançar um objetivo individual através do outro se conserva bem; por exemplo, quando a mulher quer se tornar famosa através do homem, e o homem quer se tornar amado através da mulher.

Nietzsche vai ao cerne do problema: Deus está morto como uma verdade eterna, como um ser que controla e conduz o mundo, como um pai bondoso que justifica os acontecimentos, como sentido último da existência, enfim, como uma ética, como um modo de vida, independente de sua existência ou não.

Amor fati (do latim amor, nominativo singular de amor,óris: 'amor a algo' e fati genitivo singular de fatum,i, 'destino') é uma expressão latina que significa 'amor ao destino', 'amor ao fado'.

Segundo Nietzsche a vida é um constante criar e recriar sem uma teleologia pré-definida. É justamente por este aspecto que a arte expressa de forma mais transparente o que a vida é, pois, a arte é justamente o processo de criação e recriação sem uma finalidade para além da própria criação.

AMOR FATI é “amor ao/pelo destino” (não aos fatos) em Latim. AMOR é “amor”, FATI é de FATUS, “destino” (nada a ver com FACTUM, “fato”).

Amor & Estoicismo
O amor assim não deveria ser evitado, muito pelo contrário, os estoicos amam a sabedoria, disseminam o amor ao próximo e defendem a gentileza.

A expressão do latim "memento mori" significa "lembre-se de que um dia você vai morrer", para levarmos uma vida mais significativa e com menos vaidade.

Por isso Nietzsche afirma que é preciso amar “aquilo que é necessário nas coisas”. E as dores são tão necessárias e inescapáveis quanto as alegrias, então é preciso amar a vida integralmente. Aceitar a fatalidade e a finitude é viver plenamente, e não pela metade.

O conceito é semelhante a amor verdadeiro. Pelo contrário, o amor condicional requer algum tipo de troca, é finito. O amor é dado apenas com base em determinadas condições (conscientes ou não) satisfeitas pelo companheiro.

É praticar a compaixão, ter empatia e se solidarizar com situações que não afetam diretamente a sua vida, mas comprometem o bem-estar, a saúde física, mental, emocional ou o futuro de outros.