Qual é o objetivo da filosofia de Nietzsche?

Perguntado por: lcunha . Última atualização: 25 de setembro de 2023
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A filosofia proposta por Nietzsche (1844-1900) tem como principal objetivo a desconstrução do pensamento metafísico clássico ocidental, cujos conceitos e valores são estabelecidos de maneira universal, que não suportam modificações.

Nietzsche defendia a inexistência em vários sentidos: de Deus, da alma e do sentido da vida. Para ele, o ser humano deveria abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão.

Nietzsche queria dizer principalmente que, para todos os efeitos práticos, seus contemporâneos viviam como se Deus estivesse morto, embora ainda não o tivessem reconhecido. Nietzsche acreditava que essa "morte" já havia começado a minar os fundamentos da moralidade e levaria ao relativismo moral e ao niilismo moral.

Entre os principais conceitos da filosofia nietzschiana, destacamos “vontade de poder”, “transvaloração dos valores” e “super-homem” — este último anunciado por Zaratustra num dos seus livros mais famosos. Friedrich Nietzsche dizia fazer filosofia como quem dá golpes com um martelo.

Nietzsche reconhece na criação artística uma atividade de caráter cognoscitivo, que é o veículo exclusivo de um conhecimento primordial. E este conhecimento primordial é adquirido através de uma transformação em nossa sensibilidade, conquistada por meio da educação.

Para realizar essa investigação sobre a moral, os valores, Nietzsche idealiza um método, ao qual o batiza de método genealógico.

Em sua autoproclamada negação e crítica da moral, Nietzsche possibilita uma nova perspectiva ética. Como imoralista, não apenas nega a validade e a eficácia da moralidade cristã, mas também vislumbra-se como um tipo peculiar de moralista que visa a inverter a autoridade e o poder da moral contra ela mesma.

Nietzsche vai ao cerne do problema: Deus está morto como uma verdade eterna, como um ser que controla e conduz o mundo, como um pai bondoso que justifica os acontecimentos, como sentido último da existência, enfim, como uma ética, como um modo de vida, independente de sua existência ou não.

Deus está morto

1. "Deus está morto". Essa é uma das frases mais famosas e polêmicas de Nitetzsche. O pensador, que vinha de uma família de pastores com forte ligação com o cristianismo, em determinado momento de sua vida rompe com a religião.

É importante notar que, se Nietzsche descarta o livre-arbítrio, também o faz em relação ao seu oposto, o “cativo-arbítrio” 15. (JGB/BM, 21, KSA 5.35, tradução de PCS). Ou seja, a teoria da vontade de potência não implica em um ser autômato e sem capacidade de reação sobre si próprio.

Neste sentido, Nietzsche nos propõe a fazer algo novo da vida, ao invés de evitar o velho, nos lançar a novas experiências, num fazer característico de um transmutar, onde os velhos valores são destruídos para que novos sejam possíveis, partindo de uma reavaliação dos valores.

Em Friedrich Nietzsche, a verdade é uma ilusão, é uma enganação que tomamos como valor de verdade e serve para manter nossos corpos adestrados, já que ela é aquilo que trava nossas ações, que pontua nossos julgamentos e que define o que vale à pena ser levado à sério.