O que Nietzsche diz do livre arbítrio?

Perguntado por: lbarbosa . Última atualização: 25 de setembro de 2023
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Trata-se, para Nietzsche, da ilusão de que a vontade humana poderia deliberar sobre todas as ações de forma absolutamente livre. Para ele, o livre-arbítrio é um falso Page 15 14 “atributo” utilizado pelos moralistas para persuadir o homem de que ele é a causa de si mesmo e de todas as suas ações.

6. (Ufsj 2012) Na perspectiva nietzscheana, o livre-arbítrio é um erro porque a) ao declarar que os homens são livres, as forças coercitivas, como o poder da Igreja, agem com o claro intuito de castigá-los, julgá-los e declará-los culpados.

Fundador do racionalismo moderno, o filósofo René Descartes (1596-1650) associa a liberdade ao conceito de livre-arbítrio. O homem é livre na medida em que pode escolher fazer ou não alguma coisa sem ser coagido por força exterior.

Segundo o filósofo, não há uma razão prática, por esta razão, a ética não pode ser prescritiva. Ademais, o progresso no âmbito moral é praticamente impossível, já que só a Vontade é livre. Não há progresso possível porque o livre-arbítrio é uma ilusão, ou seja, o arbítrio é servo.

Nietzsche defendia a inexistência em vários sentidos: de Deus, da alma e do sentido da vida. Para ele, o ser humano deveria abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão.

Nietzsche rejeita a ideia do além-mundo e contesta os crentes sempre que fazem essa opção. Para ele, essa atitude já indica uma negação da natureza, uma vez que o valor está em aguardar o que não se tem e depreciar o que já está entre nós, se não em nós.

Deus, por definição, é eterno e todo-poderoso. Ele não é o tipo de coisa que pode morrer.

Tese 1: Temos livre-arbítrio. Tese 2: Se todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores, não temos livre-arbítrio. Tese 3: Todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores. Estas três teses são incompatíveis, porque com quaisquer duas consegue-se provar validamente que a restante é falsa.

Liberdade e vontade no “primeiro” Agostinho
Assim, em “O livre arbítrio”, o autor possui a seguinte perspectiva: demonstrar que Deus é o Sumo Bem e, por isso, não poderia ser autor do mal e que em decorrência disso, as criaturas criadas por ele são essencialmente boas.

A ciência sobre o conceito de livre-arbítrio e liberdade
Desde a década de 60, pesquisas mostram que o cérebro de um indivíduo, mesmo antes de realizar movimentos espontâneos, apresenta um acúmulo na atividade neural — conhecido como “potencial de prontidão”.

O problema do livre-arbítrio surge do conflito entre duas perspetivas que podemos ter de nós próprios e do nosso lugar no universo. Por um lado, temos a crença no livre-arbítrio - a ideia de que temos uma vontade livre, ou seja, podemos controlar pelo menos algumas das coisas que fazemos ou escolhemos fazer.

O partido do livre-arbítrio parece pensar na vontade como algo independente do homem, algo fora dele. Parece pensar que a vontade decide sem o controlo da razão humana. Se fosse assim, não provaria que o homem é responsável. “A vontade” seria responsável e não o homem.

O Indeterminismo é uma forma de libertarianismo que defende a visão que as pessoas têm livre-arbítrio, e que ações apoiadas no livre-arbítrio são efeitos sem causas. Mas há os que creem que ao invés da volição ser um efeito sem causa, defendem que o livre arbítrio e a ação do agente sempre produz o evento.

Deus está morto

1. "Deus está morto". Essa é uma das frases mais famosas e polêmicas de Nitetzsche. O pensador, que vinha de uma família de pastores com forte ligação com o cristianismo, em determinado momento de sua vida rompe com a religião.

Em linhas gerais, a crítica de Nietzsche se dirige àquela concepção que compreende o sujeito como uma unidade autônoma, capaz de conhecer a si mesmo e o mundo ao seu redor e de tomar decisões e agir livremente nesse mundo.

Três dos quatro erros discutidos por Nietzsche se relacionam à causação: ele os denomina “o erro de confundir causa e efeito” (1-2), “o erro da falsa causalidade” (3), e “o erro das causas imaginárias” (4-6).