Em que ano se passa Macunaíma?

Perguntado por: esalazar . Última atualização: 7 de julho de 2023
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A narrativa possui tempo cronológico e está situada no início do século XX. A ação da obra se passa, principalmente, na Floresta Amazônica e em São Paulo. A história está centrada na busca de Macunaíma por um amuleto perdido.

26 de julho de 1928

Essa criança é que chamaram de Macunaíma". Depois de dois anos de escritas, cortes, acréscimos e revisões, em 26 de julho de 1928, enfim, nasceu “Macunaíma: o herói sem nenhum caráter”, obra-prima de Mário de Andrade e do Movimento Modernista Brasileiro.

Resumo da obra Macunaíma. Macunaíma nasceu em uma tribo indígena amazônica às margens do mítico Rio Uraricoera.

Mas não é só isso que faz a grandeza dessa obra-prima, o romance rapsódia Macunaíma - O herói sem nenhum caráter, que o modernista Mário de Andrade (1893-1945) publicou em 1928, há 90 anos.

Macunaíma: personagem principal do livro, é individualista, preguiçoso e faz o que deseja sem se preocupar com nada. Além disso, é vaidoso, mente com a maior facilidade e gosta, acima de tudo, de se entregar aos prazeres carnais. Maanape: irmão de Macunaíma. Tinha fama de feiticeiro e representa o povo negro.

Macunaíma, o herói do nosso povo, possui uma marca lingüística, a famosa frase “Ai! que preguiça!...” “Ai, que preguiça” – uma só frase, duas culturas, dois idiomas, uma onomatopéia e um pleonasmo.

O novo filme de Miguel Antunes Filho, “Filhos de Macunaíma”, é uma provocação política que se permite existir pela configuração daqueles corpos antes a reestruturação do governo. Seu título surge em meio a oposição estatal à cultura e o nacionalismo tóxico crescente.

A narrativa possui tempo cronológico e está situada no início do século XX. A ação da obra se passa, principalmente, na Floresta Amazônica e em São Paulo. A história está centrada na busca de Macunaíma por um amuleto perdido. A principal característica do livro é a diversidade cultural brasileira.

E Macunaíma, o protagonista, caracteriza-se como um herói sincrético, inclusive, no próprio quesito religião já que não está intimamente vinculado a nenhuma delas, utilizando-se de símbolos e elementos sagrados de variadas crenças e participando também de rituais diversos.

Macunaíma encontra Ci, a mãe do mato, e a toma como esposa, tornando-se o Imperador do Mato Virgem. Depois de perderem um filho, Ci morre e lhe dá uma pedra verde que serve de amuleto: o muiraquitã.

As aventuras do “herói de nossa gente” podem ser por vezes engraçadas, mas a moral da história é amarga. Aliás, achar graça na malandragem também é um vício brasileiro. Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter”.

Macunaíma vai até a rua Maranhão, na casa do gigante, para tentar recuperar a muiraquitã. Entretanto, acaba morto pelo gigante e picado para ser cozido em uma polenta. Seus irmãos conseguem recuperá-lo e revivem o herói.

Ele toma banho em uma água mágica e sua pele fica branca, os olhos azuis e os cabelos loiros. Jiguê também decide se banhar na piscina natural, mas como o irmão já tomou banho nela, o máximo que ele consegue é obter a cor do bronze. Maanape fica com o restinho da água e só molha a palma das mãos e dos pés.

Em seguida, o herói morre e ressuscita, com ajuda de Maanape, que junto a Jiguê cuidam do irmão. Macunaíma trai novamente o irmão, com Suzi, que pega os dois juntos, e decide mandá-la ir embora, que se transforma em estrela (capítulo XIII) – reinvenção mágica trazida na obra.

Com uma narrativa que trata o tempo e o espaço de maneira arbitrária, Macunaíma mescla mitos, narrativas orais e tradições, numa projeção mais crítica da relação entre Literatura, História e Sociedade, algo já esboçado na busca pelo nacionalismo no século XIX.