Qual seria a religião de Macunaíma?

Perguntado por: zgonzaga . Última atualização: 7 de julho de 2023
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E Macunaíma, o protagonista, caracteriza-se como um herói sincrético, inclusive, no próprio quesito religião já que não está intimamente vinculado a nenhuma delas, utilizando-se de símbolos e elementos sagrados de variadas crenças e participando também de rituais diversos.

Macunaíma é uma das obras mais importantes do modernismo brasileiro, ela representa o movimento e condensa muitas das ideias consideradas centrais pelos vanguardistas! Publicada em 1928, o livro foi escrito por Mário de Andrade, um dos principais artistas na organização da Semana de Arte Moderna de 1922.

Seu impacto na literatura brasileira, deve-se principalmente ao fato de ter sido um dos pioneiros do Modernismo no Brasil; foi um dos responsáveis pela Semana de Arte Moderna de 1922, marco do início do movimento modernista brasileiro.

O livro “Macunaíma: o herói sem nenhum caráter” do autor Mário de Andrade é considerado um dos primeiros romances do modernismo no Brasil. Na obra Macunaíma, que foi publicada em 1928, o autor traz uma representação do povo do Brasil diante de uma teoria de “herói sem nenhum caráter” ou “anti herói”.

Retrato do povo brasileiro
Há inúmeras referências ao folclore brasileiro. A narrativa se aproxima da oralidade – no capítulo “Cartas pras Icamiabas”, Macunaíma ironiza o povo de São Paulo, que fala em uma língua e escreve em outra. Além disso, não existe verossimilhança realista.

O novo filme de Miguel Antunes Filho, “Filhos de Macunaíma”, é uma provocação política que se permite existir pela configuração daqueles corpos antes a reestruturação do governo. Seu título surge em meio a oposição estatal à cultura e o nacionalismo tóxico crescente.

Com uma narrativa que trata o tempo e o espaço de maneira arbitrária, Macunaíma mescla mitos, narrativas orais e tradições, numa projeção mais crítica da relação entre Literatura, História e Sociedade, algo já esboçado na busca pelo nacionalismo no século XIX.

Macunaíma, o herói do nosso povo, possui uma marca lingüística, a famosa frase “Ai! que preguiça!...” “Ai, que preguiça” – uma só frase, duas culturas, dois idiomas, uma onomatopéia e um pleonasmo.

Lembram-se do que Macunaíma fez no final para se tornar o herói ideal, representante do povo brasileiro? Ele tomou um banho! Isso mesmo, um banho, ele se lavou. O ato que universalmente significa purificação e limpeza foi o que Macunaíma fez para tornar-se branco no capítulo V do livro.

Foi o verdadeiro amor de Macunaíma, e, ao morrer de desgosto depois da morte de seu filho, dá a muiraquitã para o nosso anti-herói. Piaimã: é o gigante que, disfarçado de Venceslau Pietro Pietra, rouba a muiraquitã de Macunaíma, tornando-se seu principal inimigo. No final, o herói mata Piaimã e toma de volta a pedra.

Ele toma banho em uma água mágica e sua pele fica branca, os olhos azuis e os cabelos loiros. Jiguê também decide se banhar na piscina natural, mas como o irmão já tomou banho nela, o máximo que ele consegue é obter a cor do bronze. Maanape fica com o restinho da água e só molha a palma das mãos e dos pés.

A narrativa possui tempo cronológico e está situada no início do século XX. A ação da obra se passa, principalmente, na Floresta Amazônica e em São Paulo. A história está centrada na busca de Macunaíma por um amuleto perdido. A principal característica do livro é a diversidade cultural brasileira.

Em seguida, o herói morre e ressuscita, com ajuda de Maanape, que junto a Jiguê cuidam do irmão. Macunaíma trai novamente o irmão, com Suzi, que pega os dois juntos, e decide mandá-la ir embora, que se transforma em estrela (capítulo XIII) – reinvenção mágica trazida na obra.

Macunaíma não tinha caráter, morria de preguiça, era matreiro – e mutreteiro –, branco, negro e índio.

O escritor criou um anti-herói marginal que nasce com preguiça na Amazônia e apronta tantas traquinagens que acaba abandonado pela mãe. Macunaíma é erotizado e, a todo custo, busca prazeres sexuais.