Qual o tipo de narrador de Macunaíma?

Perguntado por: nalencastro2 . Última atualização: 7 de julho de 2023
4.8 / 5 3 votos

O foco narrativo perceptível é de terceira pessoa, com um narrador-observador das peripécias de Macunaíma.

No epílogo da obra Macunaíma, o narrador observador se transforma em personagem e afirma que a história foi contada a ele por um papagaio. Dessa forma, ele apenas está narrando uma história que lhe foi contada. Portanto, o observador acaba sendo o papagaio.

Além disso, Macunaíma possui uma linguagem que mistura linguagem coloquial à palavras indígenas, criticando a linguagem culta. Essa mistura de linguagens combina muito com o jeito como o livro foi escrito: na forma de rapsódia.

Porém, Macunaíma acabou sendo mutilado. Apesar de ter aberto o abdômen do monstro e recuperado algumas partes do corpo, não conseguiu pegar a Muiraquitã e nem a sua perna. O herói acaba indo para o céu e se torna a constelação da Ursa Maior. E assim encerramos o resumo do livro Macunaíma.

Gênero cômico: a obra apresenta uma série de acontecimentos divertidos e além disso, recorre a uma abordagem cômica para representar o caráter nacional. Influência das vanguardas europeias: Surrealismo, Dadaísmo, Futurismo, Expressionismo (narrativa mítica, ações ilógicas, oníricas).

Os tipos de narrador são o narrador personagem (em primeira pessoa), que participa da história; o narrador observador (em terceira pessoa), que apenas narra o que vê; e o narrador onisciente (também em terceira pessoa), que tem total conhecimento de personagens e fatos.

O narrador onisciente é aquele cujo foco narrativo é centrado na 3ª pessoa discursiva. Espécie de “deus” que tudo sabe e tudo vê, esse tipo de narrador sabe o passado, o presente e o futuro de cada personagem na narrativa, bem como seus pensamentos e estados emocionais.

Macunaíma nasce à margem do Uraricoera na Floresta Amazônica e já manifesta uma de suas características mais fortes: a preguiça. Desde pequeno ele busca prazeres amorosos com a mulher de seu irmão Jiguê. Em uma de suas “brincadeiras” amorosas, Macunaíma se transforma em um príncipe lindo.

Com uma narrativa que trata o tempo e o espaço de maneira arbitrária, Macunaíma mescla mitos, narrativas orais e tradições, numa projeção mais crítica da relação entre Literatura, História e Sociedade, algo já esboçado na busca pelo nacionalismo no século XIX.

Macunaíma, o “herói sem caráter”, nasceu em uma tribo indígena na Amazônia. Desde cedo, ele era preguiçoso, gostava dos prazeres carnais e utilizava sua inteligência e destreza para conseguir o que queria. Tinha dois irmãos mais velhos, Maanape e Jiguê.

Foco Narrativo
Terceira Pessoa - A trama é conduzida na terceira pessoa, por um narrador onisciente, talvez o próprio autor.

Macunaíma, o herói do nosso povo, possui uma marca lingüística, a famosa frase “Ai! que preguiça!...” “Ai, que preguiça” – uma só frase, duas culturas, dois idiomas, uma onomatopéia e um pleonasmo.

Quando Mário de Andrade criou Macunaima e o chamou de herói sem nenhum caráter, na verdade, ele faz um retrato das características do povo brasileiro, da mistura de raças, da riqueza folclórica e, principalmente, da espontaneidade do povo, tendo de se valer de um jeito malandro para se sobressair de situações difíceis.