Como Machado de Assis usava a ironia?

Perguntado por: aespinosa . Última atualização: 9 de agosto de 2023
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A ironia machadiana surge como um pano de fundo para descrever a forma como viviam a sociedade escravocrata e a classe dominante da época, ou boa parte dessa. Desta forma, as suas personagens formam uma verdadeira teia de homens e mulheres sem escrúpulos, ligados somente à aparência e a avareza.

realismo

A maioria dos romances e contos de Machado de Assis está inserida em uma tradição literária conhecida pelo perfeccionismo e pela concisão da linguagem: o realismo.

Machado de Assis empregava com maestria em suas obras características típicas do movimento literário do fim do século XIX: pessimismo, personagens arquetípicos, ironia, objetividade e temas psicológicos.

O humor é peça tão fundamental na obra machadiana que é preciso compreender que seu papel corrosivo, diante das instituições, teorias e verdades, age até mesmo sobre a concepção de literatura, mimesis e gênero (literário) no qual seu romance parece se inserir.

É uma literatura de anti-heróis, é uma literatura de crítica social, passa por outro diapasão totalmente diferente do que se fazia, por exemplo, no romantismo de José de Alencar, que tem heróis que são, inclusive, senhores de escravos, de chicote na mão, como dom Antônio de Mariz, de O guarani.

Crítica à burguesia e à sociedade de maneira geral; Ironia; Metalinguagem; Diálogo direto com o leitor.

Algumas das principais características de Machado de Assis são: personagens metafísicos, que não são materiais, capítulos curtos, uso do tempo psicológico, de acordo com a memória do personagem, entre outros.

De forma sutil, mas não menos corrosiva, Machado de Assis empreendia sua crítica às atitudes, aos comportamentos, aos costumes e as estruturas sociais. Através da sátira, da ironia e da carnavalização, ele construía o seu enredo e revelava sua concepção do mundo.

1) Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

O conde Xavier de Maistre (1763-1852), irmão do filósofo Joseph de Maistre, nasceu na região francesa de Saboia e teve extensa carreira militar, servindo os exércitos da Sardenha e da Rússia. Encarcerado por 42 dias, De Maistre experimentou o confinamento forçado que o mundo vive hoje, mas não se resignou.