Quem mais sofre assédio no Brasil?

Perguntado por: lgoncalves . Última atualização: 20 de julho de 2023
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A violência atinge as mulheres de forma desigual. As que têm entre 16 e 24 anos foram as principais vítimas em 2022: 43,9% dizem ter sofrido violência. O percentual também é numericamente maior entre mulheres negras (29,9%) do que entre brancas (26,3%).

Em 2022, o Brasil registrou um total de 6.114 casos de assédio sexual. Isso equivale a uma ocorrência do tipo a cada uma hora e 25 minutos. Em comparação com o ano anterior, houve um aumento de 49,7% desses crimes. Em 2021, esse número era de 5.202.

A pesquisa mostrou que 46,7% das brasileiras sofreram assédio sexual em 2022, um crescimento de quase 9 pontos percentuais em relação a 2021, quando a prevalência de assédio foi de 37,9%.

De acordo com o levantamento, 33% dos casos de assédio ocorrem no trabalho. Os casos no transporte público (11%) vêm em segundo lugar, seguidos por relatos ocorridos em ambientes com familiares, amigos ou conhecidos (9,5%).

assédio moral

A pesquisa aponta que, de acordo com o público estudado, o tipo mais frequente de abuso é o assédio moral, com 87,6%. Logo em seguida, tem-se o assédio sexual, com 14,8%; outros tipos de assédio/discriminação, com 14,7%; e a discriminação em razão do gênero, com 13,1%.

a Índia

Em 1º lugar geral do ranking está a Índia, um país que sofre com uma epidemia de violência sexual que traz à tona casos brutais, como os das adolescentes violentadas e queimadas por seus agressores em maio de 2018. No recorte das categorias, a Índia ficou ainda em primeiro em violência sexual e em tráfico humano.

Mas, nesse universo de milhões de pessoas assediadas ou violentadas, há homens como vítimas. Cerca de 1,8 milhão declaram ter sofrido violência sexual, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a pesquisa, 86% das brasileiras já sofreram algum tipo de assédio sexual fora de casa. A região Centro Oeste aparece com o maior número de casos, 92%, seguida do Norte, com 88%, Nordeste e Sudeste, com 86% e o Sul do País, com 85%.

A importunação sexual trata de crime mais grave e, portanto, com pena mais severa, que vai de 1 a 5 anos.

falta de empatia. crença em papéis sexuais tradicionais para os gêneros. tendência à dominância e ao autoritarismo. ambiente de impunidade.

O assédio pode ser configurado como condutas abusivas exaradas por meio de palavras, comportamentos, atos, gestos, escritos que podem trazer danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo o seu emprego ou degradar o ambiente de trabalho.

Existem quatro tipos de assédio mais comuns: moral, sexual, stalking e bullying.

Apesar de esforços de empresas para enfrentar a desigualdade de gênero no ambiente de trabalho, mulheres seguem sendo as que mais sofrem com assédios e demissões após licença parental. Cerca de 18,3% das mulheres já sofreram assédio sexual no trabalho, percentual cinco vezes maior que o dos homens — de 3,4%.