Qual é um dos maiores desafios da reforma agrária?

Perguntado por: iguedes . Última atualização: 17 de julho de 2023
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A preocupação com o crescimento econômico, com os baixos investimentos em áreas rurais e com a redução da pobreza, constituem os principais motivos pelos quais a Reforma Agrária passa a fazer parte da agenda do Banco Mundial.

O que dificulta o programa de reforma agrária é que não adianta apenas dividir terras é preciso infra-estrutura, créditos e facilidades para pagamentos de débitos, comercialização, etc., além da necessidade de recursos para modernização dos meios de produção rural para o aumento da produtividade para assim poder ...

O principal movimento social que luta para a implantação da reforma agrária no Brasil é o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que, ao contrário do que muitos pensam, não é a luta de pessoas por terra para si mesmas, mas a luta contra a concentração fundiária.

A reforma agrária beneficia os pequenos agricultores e favorece o reconhecimento do valor social da terra. A Europa e suas colônias formaram-se em cima de estruturas latifundiárias, ou seja, com a posse da terra sendo exercida por poucas pessoas.

A QUESTÃO AGRÁRIA HOJE
A reforma agrária que os trabalhadores rurais em geral reivindicam não é a pulverização antieconômica da terra; é sim uma redistribuição da renda, de poder e de direitos, aparecendo as formas multifamiliar e cooperativa como alternativas viáveis para o não fracionamento da propriedade.

O modelo atual de reforma agrária é fracassado. É fracassado porque selecionam mal as terras e a localização delas, muitas das famílias não têm nenhuma aptidão para serem produtoras rurais e o apoio dado a elas é insuficiente.

O objetivo da Reforma Agrária é a desapropriação das terras improdu- tivas, através da indenização e da divisão das mesmas para assentamentos. A desapropriação das terras é difícil, principalmente pelos entraves políticos para sua viabilização.

Um dos grandes problemas que afetam a questão agrária no Brasil é concentração fundiária. Enquanto os latifundiários possuem grandes quantidades de terras contando com apoio estatal, milhares de camponeses não tem acesso a terra ou quando tem, muitas vezes, não tem subsídios para a subsistência da própria família.

Alguns argumentos contrários à reforma agrária são: O direito à propriedade é inviolável. O discurso de reforma agrária moderno, como é feito pelo MST, motiva à violação de propriedade, trazendo como resultados o aumento de conflitos e da violência no campo, sem necessariamente trazer melhores resultados.

O problema central que permeia o espaço agrário brasileiro é, ainda hoje, a concentração fundiária. Dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para o ano de 2018 mostram que, das 6.574.830 de propriedades rurais registradas no país, 1,47% possui mais de mil hectares.

A Reforma Agrária é um sistema que busca distribuir terras para pessoas que não possuem moradia, ou seja, propriedades particulares (latifúndios improdutivos) são compradas pelo governo a fim de lotear e distribuir para famílias que não possuem terras para plantar.

A reforma agrária não é um processo socialista. É uma forma de contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Depois, na década de 60, quando houve uma nova possibilidade de reforma agrária, veio o golpe militar. E assim o Brasil, como nação, nunca se permitiu a realização de uma reforma agrária.