Quais os riscos do cancelamento?

Perguntado por: amaciel3 . Última atualização: 27 de setembro de 2023
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Embora a cultura do cancelamento possa ser vista como uma forma de responsabilização, ela também traz consequências preocupantes. O cancelamento público pode causar danos psicológicos profundos, isolamento social e efeitos na saúde mental das pessoas envolvidas.

Contra: Pode afetar seriamente a psique da pessoa envolvida - a cancelada. Não há filtros sobre o que pode ou não ser dito e pode ferir a integridade do cancelado. Falta de empatia nas relações sociais.

Aspectos positivos e negativos
Ausência de diálogo impede qualquer operação que possa fazer aquela pessoa mudar de opinião. O cancelamento não necessariamente serve para educar alguém que fez um comentário preconceituoso, sendo negativo e influenciando a saúde mental do cancelado.

Segundo a especialista, o cancelamento pode ser definido como a exclusão de alguém, que inclui tirar um lugar de fala da pessoa e rejeitar o seu posicionamento. No caso do linchamento, a questão está mais ligada a agredir destruir ou diminuir o outro ser humano.

Em algumas situações, o “cancelamento” acaba acontecendo sem mesmo nem ter sido notado pelos outros, mas que gera consequências para o profissional excluído, como insegurança, desmotivação para trabalhar e baixa produtividade.

O objetivo do cancelamento é realizar um boicote ao conteúdo que pessoa ou marca produz como punição por suas ações.

A melhor maneira de lidar com as redes sociais e com a política do cancelamento é analisando a imagem que você quer transmitir como marca e o seu público para que então você construa uma comunicação alinhada à sua verdade e ao interesse de quem te segue.

De maneira análoga à ficção, constata-se que a cultura do cancelamento possui um caráter ambíguo, visto que pode garantir a proteção de comunidades minoritárias, como os negros e homossexuais, porém também é capaz de apresentar-se de forma destrutiva, ao promover a oposição a grupos com ideologias distintas.

A lista de pessoas famosas boicotadas e "apagadas" pelos internautas, neste ano, inclui ex-BBBs, cantores, atores e influenciadores digitais, como Karol Conká, Juliana Paes e Gabriela Pugliesi. O cancelamento também gerou vítimas indiretas, como empresas que apoiam determinadas figuras públicas.

Psicólogos explicam. A cultura do cancelamento visa boicotar, atacar e banir virtualmente pessoas, empresas e eventos que assumem comportamentos, ideais e opiniões considerados incorretos pela maioria. É, hoje, um fenômeno muito presente nas redes sociais.

A antropóloga Izabel Accioly acredita que as pessoas que mais sofrem com a questão do cancelamento são aquelas mais vulnerabilizadas: pessoas pobres, negras, LGBTQIA+ e mulheres. Ela diz que a sociedade entende estes indivíduos e corpos como públicos ou até mesmo como pessoas que “não têm valor”.

O cuidado com o cancelamento
Neste caso, é preciso conhecer a fundo e entender de fato as questões que estão sendo apontadas como fortes concorrentes ao cancelamento e então dar apoio aquilo que é realmente relevante.

A cultura do cancelamento tem se tornado cada vez mais comum nas redes sociais. Esse movimento surge como uma forma de criticar e dar visibilidade para questões (atitudes, posicionamentos etc.) que não "devem" ser aceitas na sociedade.

Ser cancelado na internet é uma consequência que pessoas públicas ou qualquer indivíduo em seu círculo social pode experimentar e é uma forma dos demais confirmarem sua discordância de posicionamento. A grande questão é quando ele vira um linchamento e o quanto isso traz de impacto emocional para quem sofre.