Porque grávida tem que tomar AAS?

Perguntado por: ljordao . Última atualização: 17 de julho de 2023
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A aspirina (AAS) reduz a incidência de pré-eclâmpsia precoce (antes de 34 semanas) em 62% em gestantes de alto risco. A pré-eclâmpsia é um distúrbio multissistêmico grave que complica 2% a 4% das gestações e é responsável por mais de 70 mil mortes maternas e 500.000 mortes fetais no mundo todos os anos.

O uso de ácido acetil salicílico (AAS) em baixas doses é recomendado para gestantes de alto risco para pré-eclâmpsia (grau de evidência A) 1 por reduzir em 17% a incidência de pré-eclâmpsia e em 14% a morte fetal ou neonatal.

O uso de ácido acetilsalicílico na gravidez parece aumentar o risco de complicações hemorrágicas na gravidez, especialmente durante e após o parto, além de aumentar o risco de hematoma pós-parto na mãe, e hemorragia intracraniana no recém-nascido.

Na maior parte dos casos é melhor não tomar aspirina (ácido acetilsalicílico) durante a gravidez, a não ser por recomendação médica. Você também não deve tomar outros anti-inflamatórios como o ibuprofeno. É bem improvável que uma simples aspirina no começo ou no meio da gravidez vá ter algum efeito prejudicial no bebê.

Nos dois primeiros trimestres de gravidez, você só deverá usar ácido acetilsalicílico por recomendação médica em casos de absoluta necessidade. Você não deve tomar AAS Infantil nos últimos três meses de gravidez por risco de complicações para a mãe e para o bebê durante o parto.

Suspender AAS uma semana antes do parto, sempre que possível. Suspender HBPM 24 h antes do parto eletivo (possibilita raquianestesia ou peridural).

Pré-eclâmpsia com características graves
Pressão arterial sistólica > 160 mmHg ou diastólica > 110 mmHg em 2 ocasiões com 4 horas ≥ de intervalo. Trombocitopenia, contagem de plaquetas < 100.000/mcL. Aspartato aminotransferase sérica (AST) ou alanina aminotransferase (ALT) > 2 vezes o normal.

Recentemente surgiram alguns exames que podem indicar o risco de desenvolvimento da pré-eclâmpsia, como o PLGF, que deve ser coletado entre a 11 e 13 semanas de gravidez através de uma coleta de sangue. Junto com ele, realiza-se o ultrassom morfológico de primeiro trimestre entre 11 e 14 semanas.

O ácido acetilsalicílico pode provocar dor abdominal, azia, náusea, vômito, irritação da mucosa gástrica (inclusive úlcera e perfuração gastroduodenal) e sangramento digestivo, sobretudo em dose alta e tratamento prolongado.

A única maneira de controlar a pré-eclâmpsia e evitar que evolua para eclâmpsia é o acompanhamento pré-natal criterioso e sistemático da gestação. Pacientes com pré-eclâmpsia leve devem fazer repouso, medir com frequência a pressão arterial e adotar uma dieta com pouco sal.