O que foi o movimento das Ligas Camponesas?

Perguntado por: emuniz . Última atualização: 26 de setembro de 2023
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As ligas camponesas foram associações de trabalhadores rurais criadas inicialmente no estado de Pernambuco, posteriormente na Paraíba, no estado do Rio de Janeiro, Goiás e em outras regiões do Brasil, que exerceram intensa atividade no período que se estendeu de 1955 até a queda de João Goulart em 1964.

As Ligas Camponesas organizaram milhares de trabalhadores rurais que viviam como parceiros ou arrendatários, principalmente no Nordeste brasileiro, utilizando o lema “Reforma Agrária na lei ou na marra” contra a secular estrutura latifundiária no Brasil.

A primeira Liga foi a da Galileia, fundada a 1 de janeiro de 1955 e que se chamava Sociedade Agrícola e Pecuária dos Plantadores de Pernambuco.

Getúlio Vargas

As Ligas Camponesas foram criadas pelo PCB durante o governo ditatorial de Getúlio Vargas e nas vésperas do fim da Segunda Guerra Mundial.

O ato político e cultural itinerante, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Via Campesina, dividiu-se em três “colunas”, agrupamentos que reúnem de 1,5 mil a 2 mil militantes cada, que percorrem trajetos distintos com o objetivo de espalhar sua mensagem pela maior quantidade de ...

Grupos camponeses chegaram a marchar até Londres, destruindo edifícios e clamando por reformas. Apesar de essas revoltas terem sido derrotadas, elas indicaram o início do fim da servidão na Europa Ocidental e a desintegração do mundo feudal, em decorrência das transformações sociais que geraram.

"Reforma agrária na lei ou na mar- ra". Este foi o lema adotado pelas Ligas Camponesas, que tiveram como lide- rança de maior expressão o advogado e deputado pelo Partido Socialista Brasi- leiro, Francisco Julião de Paula. As Ligas surgem no estado de Pernambuco em 1956.

Movimento de luta pela Reforma Agrária, liderado por Francisco Julião, as Ligas Camponesas foram a principal organização dos trabalhadores rurais nas décadas de 1950 e 1960. Um dos principais movimentos sociais e políticos que apoiaram as Reformas de Base de João Goulart foram as Ligas Camponesas.

Nas famílias camponesas, todos trabalhavam muito. Além de cuidar das terras do senhor do feudo, homens, mulheres e crianças faziam à colheita, moíam os grãos e construíam pontes, estradas, estábulos e moinhos. Ao mesmo tempo, cultivavam seus lotes e cuidavam dos animais e dos trabalhos artesanais e domésticos.

Com o golpe militar de 1964, as Ligas foram extintas e seus líderes assassinados ou exilados. A organização política camponesa retomaria suas atividades somente em 1975, com a criação da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Seus objetivos iniciais eram assistenciais, visavam apoiar os moradores e moradoras do engenho com assistência médica, educacional, jurídica e também financeira, para os casos de camponeses e camponesas que encontrassem dificuldades para arcar despesas de funerais ou que estivessem com dívidas de foro.

O Memorial das Ligas e Lutas Camponesas foi criado em 2006, na comunidade Tradicional de Barra de Antas, localizada no município de Sapé (PB), na casa onde residia a família de Elizabeth e João Pedro Teixeira, dois líderes das Ligas Camponesas que foram perseguidos e tiveram suas histórias dilaceradas pela ditadura ...

Ele lutava para que os camponeses tivessem direito a uma vida digna, com acesso a saúde, educação de qualidade, moradia”, relembra ela, que ressalta que João Pedro foi perseguido e morto pelos latifundiários da região, que viam com maus olhos sua atuação.

Tão logo foi acusada de objetivos políticos socialistas, foi proibida de agir na região e atacada para ser dissolvida à força. Seus integrantes resistiram e encontraram apoio jurídico para institucionalizar a associação, atuando legalmente a partir de 1955.

Além disso, a casa, na Paraíba, onde viveu com João Pedro e seus 11 filhos virou o Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, local que recebe os trabalhadores do campo e presta assistências.

Os movimentos em prol da reforma agrária, que atuam com base no conceito de direito à propriedade apresentado no texto, propõem-se a. reverter o processo de privatização fundiária. ressaltar a inviabilidade da produção latifundiária. defender a desapropriação dos espaços improdutivos.