É possível implantar um útero em um homem?

Perguntado por: lparaiso . Última atualização: 17 de julho de 2023
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O transplante, porém, nunca foi realizado em uma mulher trans, mas os médicos britânicos acreditam que é “perfeitamente possível” implantar um útero em um corpo masculino, que ali pode se desenvolver uma gestação a termo e que talvez seja “eticamente inadmissível” não considerar a realização da cirurgia.

Em Kosovo, um homem de 67 anos descobriu, por meio de um procedimento cirúrgico para corrigir a hérnia, que dentro de uma protuberância de 15 centímetros próxima ao pênis havia um útero, colo do útero, tubas uterinas e um ovário.

Já é possível fazer transplante de útero em mulheres? Sim, o primeiro transplante de útero feito com sucesso no mundo foi realizado na Suécia por um grupo de médicos, em 2013. De lá para cá, já foram feitos cerca de 60 transplantes de útero em todo o mundo, muitos deles até com gravidez e parto via cesariana.

O transplante de útero surge como uma opção para o sonho da maternidade que é impedido pela ausência do órgão, ou até mesmo quando ele não é saudável e impossibilita a gravidez.

Sim, homens transgênero e transmasculinos podem engravidar (1). De fato, eles engravidam na mesma proporção que pessoas que se identificam como mulheres e têm gravidezes mais planejadas que mulheres cisgênero (2). Mesmo assim, os sistemas de saúde não estão organizados para cuidar da gestação e do parto desses homens.

Estima-se que o custo do transplante seja de 30.000 libras, que, na cotação atual, fica em cerca de R$ 220 mil.

Apesar dos incríveis avanços da ciência, ainda não conseguimos transplantar o cérebro. O problema reside em uma questão não menos importante: ninguém conseguiu conectar o novo órgão à medula espinhal do corpo receptor.

Na prática, a técnica coleta óvulos diretamente de ovários da mulher para fertilização com sêmen em laboratório. O processo é feito em laboratório em uma incubadora sob a temperatura de 37º C por 5 dias até retornarem ao útero materno para desenvolvimento.

Para ter filhos depois da histerectomia é necessário fazer um tratamento de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), para possibilitar a formação dos embriões, e encontrar um útero por substituição, onde vai acontecer a gestação.

De acordo com o médico Gilberto Almodin, especialista em reprodução humana e que pesquisa o procedimento há 13 anos, o transplante permite que os ovários com problemas tornem-se saudáveis. "Chegamos à conclusão de que não seria preciso um ovário inteiro.

A maioria das mulheres relata melhora no humor e uma maior sensação de bem-estar após uma cirurgia de retirada do útero, já que deixam de ter os sintomas que as incomodavam. Porém, aquelas que apresentavam depressão anteriormente ou em risco de desenvolver a doença devem ser acompanhadas por psicólogos ou psiquiatras.

Hoje é necessário que a pessoa tenha pelo menos 25 anos ou dois filhos vivos e que haja um prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual é oferecido aconselhamento que busca desencorajar a pessoa de realizar a esterilização.