Quantas pessoas morrem por agrotóxicos no Brasil?

Perguntado por: eferrari . Última atualização: 25 de setembro de 2023
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Levantamento inédito feito pela Agência Pública e Repórter Brasil, com dados de 2019 a março de 2022 do sistema de notificações do Ministério da Saúde, mostra que essas intoxicações levaram a 439 mortes — o que equivale a um óbito a cada três dias.

A pesquisa também revela que mais de 14 mil pessoas foram intoxicadas por agrotóxicos no Brasil entre janeiro 2019 a março 2022, o que ocasionou 439 mortes neste período.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS, as intoxicações agudas por agrotóxicos são da ordem de 3 milhões anuais, com 2,1 milhões de casos só nos países em desenvolvimento. O número de mortes atinge 20.000 em todo o mundo, com 14 mil nas nações do terceiro mundo.

Segundo o levantamento, homens negros são as principais vítimas de agrotóxicos. As circunstâncias que mais levaram às intoxicações foram tentativas de suicídio, com cerca de 5 mil casos, seguidas por acidentes, uso habitual dos pesticidas e contaminações ambientais, por exemplo, quando o químico é dispersado pelo ar.

Os estados que mais se destacam quanto à utilização de agrotóxicos são São Paulo (25%), Paraná (16%), Minas Gerais (12%), Rio Grande do Sul (12%), Mato Grosso (9%), Goiás (8%) e Mato Grosso do Sul (5%).

Condições climáticas. Outro fator que leva ao uso intenso de agrotóxicos no Brasil está ligado às condições climáticas: o clima quente e úmido torna o país mais suscetível à infestação de doenças, pragas e plantas daninhas, mas por outro lado, possibilita a produção de até 2,5 safras por ano.

Estudos científicos no mundo todo têm evidenciado a relação entre o uso de agrotóxicos e diversas doenças, como: leucemias e outros cânceres; alterações neurológicas (como o Mal de Parkinson); lesões no fígado, pele e pulmão; alergias, alterações hormonais, problemas comportamentais e de saúde mental.

A análise mostrou que glifosato, Aldicarbe, paraquate, Picloram e Carbofurano são os agrotóxicos que mais intoxicaram brasileiros na última década. Em relação a mortes, Aldicarbe, paraquate, glifosato, Diurom e Carbofurano são os mais encontrados.

9. Estes agrotóxicos respondem por cerca de 70% do total utilizado no Brasil: glifosato; 2,4-D; mancozebe; acefato; óleo mineral; atrazina; óleo vegetal; paraquate (dicloreto); imidacloprido; e oxicloreto de cobre. Fonte: Anvisa (2018) e Pan consolidated (2018).

Com sede na Suíça, a Syngenta faz parte do grupo ChemChina, líder mundial do setor. Em segundo lugar fica a empresa alemã Bayer, que apresentou grande crescimento em 2018 após adquirir a Monsanto, produtora do herbicida Round Up, à base de glifosato, o agrotóxico mais vendido do mundo.

Através da pele - Irritação na pele, ardência, desidratação, alergias. Através da respiração -Ardência do nariz e boca, tosse, coriza, dor no peito, dificuldade de respirar. Através da boca - Irritação da boca e garganta, dor de estômago, náuseas, vômitos, diarreia.

INTOXICAÇÃO AGUDA LEVE: cefaleia, irritação cutâneo- mucosa, náusea e discreta tontura. INTOXICAÇÃO AGUDA MODERADA: cefaleia intensa, náusea, vômitos, cólicas abdominais, tontura mais intensa, fraqueza generalizada, parestesia, dispneia, salivação e sudorese aumentadas.

Brasil é o país

Especialistas afirmam que dizer que o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos, entre os grandes produtores mundiais, depende de fatores lógicos.

Brasil é campeão mundial no consumo de agrotóxicos e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) alerta para o risco que os brasileiros correm.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os países em desenvolvimento, os agrotóxicos causam, anualmente, 70.000 intoxicações agudas e crônicas. O uso dessas substâncias está altamente associado à incidência de doenças como o câncer e outras genéticas.