Quando faz a traqueostomia tira o tubo?

Perguntado por: eassis . Última atualização: 21 de agosto de 2023
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Normalmente, fazemos uma abertura ampla, cortando ou até retirando alguns anéis de cartilagem para que o tubo a ser introduzido fique bem acomodado e não haja estreitamentos futuros. Nessa abertura, é inserida uma cânula, que pode ser plástica ou metálica, conforme a necessidade de cada paciente.

Porém, após um período de tempo, ou quando a intubação não é possível, a traqueostomia é mais recomendada, pois oferece mais conforto e proteção ao paciente, e pode ser utilizada por períodos mais longos, entre outros.

Na entubação com o TOT, o tubo é inserido dentro da traqueia do paciente através da via oral ou nasal. Já na entubação com tubo de traqueostomia, a inserção da cânula é realizada através de procedimento cirúrgico na região da traqueia.

O procedimento pode ser reversível ou definitivo. Nos casos reversíveis, a cânula é removida por indicação do médico e em pouco tempo ocorre a cicatrização. Gradualmente, é possível recuperar a fala.

Considera-se desmame da traqueostomia o momento quando se inicia o desinsuflar do cuff, até a retirada da cânula e realização do curativo oclusivo do estoma16,21. A decisão de quando iniciar o desmame da traqueostomia é um trabalho da equipe, e os fatores preditores de insucesso devem estar ausentes.

Por quanto tempo o paciente pode ficar com a traqueostomia? Esse período pode variar a partir de diversas condições do próprio paciente. Se seu quadro for reversível, o uso da traqueo será temporário. Mas, em alguns casos, o seu uso pode se tornar definitivo.

Desta maneira, nos casos em que a extubação é improvável dentro de 10 a 14 dias, a traqueostomia deve ser considerada; e, nos pacientes nos quais, antecipadamente, já se prevê um tempo de ventilação superior a 14 dias, a traqueostomia deve ser considerada o mais breve possível.

Simples: se a retirada ocorre no primeiro teste de respiração espontânea (TRE). Difícil: se a retirada se dá em até 3 TRE, ou em até 7 dias após o primeiro TRE. Prolongado: o paciente falha em mais de 3 TRE ou necessita de mais de 7 dias após o primeiro TRE.

No caso do tubo, se ficar por muito tempo na garganta, ele pode machucar a traqueia, causando o que chamamos de traqueomalácia. Portanto, para evitar isso, indicamos a traqueostomia.

Nesses casos não é possível entubar o paciente. Normalmente, a traqueostomia é feita no paciente com sedação e anestesia local, que é um procedimento mais complexo, muito mais perigoso e que pode levar à parada de respiração do paciente.

Contudo, é possível voltar a falar após a traqueostomia, tanto na temporária quanto na definitiva. A volta da fala é possível, sim, após a retirada da cânula, em casos onde a traqueostomia é temporária.