Qual era o principal destino dos escravos no continente americano?

Perguntado por: eteixeira9 . Última atualização: 25 de setembro de 2023
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A mão de obra escrava negra utilizada no continente americano estava intimamente associada ao tráfico negreiro intercontinental, no qual a “mercadoria humana” era em grande parte negociada nos portos africanos e enviada para os portos americanos nos porões de navios que cruzavam o oceano Atlântico em condições ...

Os africanos escravizados eram comprados para trabalhar na lavoura, engenhos ou mesmo em trabalhos domésticos. Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, um grande volume de africanos foram enviados para trabalhar nas minas.

O Cais do Valongo foi o principal cais de desembarque de africanos escravizados em todas as Américas e também o único preservado materialmente. Pela magnitude do que representa, coloca-se como o mais destacado vestígio do tráfico negreiro no continente americano.

Rota de Angola
Essa rota forneceu cerca de 40% dos 10 milhões de africanos trazidos para as Américas. No caso do Brasil, os navios que partiam da costa dos atuais territórios do Congo e de Angola se destinavam principalmente aos portos de Recife, Salvador e Rio de Janeiro.

Primeiro, foi um local de comércio de ouro. Depois, de escravos - mais de 30 mil foram levados dali para o Brasil, em navios portugueses.

O trabalho dos escravos africanos, a princípio, foi utilizado para atender as demandas da produção de açúcar nos engenhos. A vida de um escravo era dura e era marcada pela violência dos senhores e das autoridades coloniais.

Em geral, as pessoas escravizadas levadas para a América tiveram origem predominantemente em países como Nigéria e Gana, no centro-oeste do continente. Em direção ao norte do Novo Mundo, no Caribe e América do Norte, aumentou o tráfico de pessoas de países como Senegal e Gambia, mais a oeste.

No Brasil e na América Hispânica, a mão de obra africana foi utilizada principalmente na lavoura de exportação dentro do sistema de plantation. O dinheiro gasto na compra do escravizado antes que este produzisse, gerando lucro, levou o colono a explorar a mão de obra escrava até a completa exaustão.

Os escravos eram transportados em navios conhecidos como tumbeiros. Os navios negreiros levavam de 300 a 500 escravos, e o tempo de viagem, partindo de Angola, era de 35 dias, caso fossem para Pernambuco; de 40 dias, se fossem para a Bahia; e de 50 dias, se fossem para o Rio de Janeiro.

Os africanos escravizados eram obtidos pelos traficantes por meio de emboscadas realizadas no interior do continente africano ou também por meio da venda direta, caso o escravo fosse um prisioneiro de guerra ou alguém vendido para a escravização como punição por algum delito, como roubo ou adultério.

Navio negreiro era o nome pelo qual ficou conhecido o barco que transportavam os negros destinados ao trabalho escravo no continente americano entre os séculos XVI e XIX.

Navios ingleses, franceses, holandeses e brasileiros atracavam nos portos africanos e esperavam pela sua carga humana. Nesses portos os escravos eram mantidos em barracões pelos comerciantes locais (tanto africanos quanto europeus que moravam na região), e ali esperavam pela negociação.

Trazidos da África para trabalhar na lavoura, na mineração e no trabalho doméstico, os escravos eram alojados em galpões úmidos e sem condições de higiene, chamados senzala. Além disso, eles viviam acorrentados para evitar fugas, não tinham direitos, não possuíam bens e constantemente eram castigados fisicamente.

Após a proibição do tráfico em 1850, o preço médio dos escravos saltou de cerca de 630$000 para 1350$000 em 1854. A partir deste ano, a taxa de aumento do preço é mais baixa e mais ou menos estável até 1877, onde encontramos o ponto mais alto da série.