Porque o fluoxetina tira a fome?

Perguntado por: ecavalcanti . Última atualização: 26 de setembro de 2023
4.9 / 5 10 votos

Ou seja, é uma substância que atua no cérebro para aumentar os níveis de serotonina – um neurotransmissor responsável por regular o humor, apetite, entre outras funções. Dessa forma, faz com que os neurônios possam se comunicar melhor entre si. Por isso, ela ajuda a proporcionar maior bem-estar ao paciente.

Conforme o medicamento exerce seus efeitos, a depressão e a ansiedade vão sendo controladas e o apetite retorna. Por isso, o paciente ganha peso. O oposto também pode ser real. O consumo exagerado de alimentos pode ser um sintoma de doença psiquiátrica, que passa a ser controlado conforme a fluoxetina passa a agir.

A perda de peso é um dos efeitos associados à fluoxetina e, de fato, ele pode ocorrer. Não porque seja um remédio voltado para essa finalidade. Mas em virtude do controle da ansiedade que ele promove. Além disso, como falamos ao listar os efeitos colaterais, pode ocasionar uma alteração no apetite.

Perda de peso em até 20% dos pacientes como efeito colateral é considerada pequena comparada com outros remédios. Dúvidas sobre a relação entre o uso da fluoxetina e a perda de peso fazem os termos aparecerem juntos no topo dos itens pesquisados sobre o remédio no Google.

A perda máxima de peso com fluoxetina é atingida por volta de seis a nove meses, e o uso prolongado da medicação pode estar associado a reganho de peso.

Os sintomas mais comuns reportados incluem tontura, alterações do sono, distúrbios sensoriais/parestesia (adormecimento ou formigamento de partes do corpo), ansiedade, agitação, astenia (perda ou diminuição da força física), confusão, dor de cabeça e irritabilidade.

Como vimos, um dos efeitos colaterais da fluoxetina pode envolver mudanças no peso, e não necessariamente o emagrecimento. Na prática, essas oscilações estão mais relacionadas ao controle da depressão e da ansiedade, que interfere no apetite – e isso varia conforme cada paciente.

Geralmente, a fluoxetina é tomada uma vez ao dia, de preferência pela manhã. No entanto, se causar sonolência, pode ser tomada à noite. É importante seguir as orientações do médico ou farmacêutico e tomar o medicamento sempre no mesmo horário.

Vários ensaios clínicos observaram que a bupropiona também apresenta um efeito no emagrecimento – uma ação anorexígena (de diminuição do apetite) que foi relacionada ao estímulo de neurônios produtores de Proopiomelanocortina (POMC) no núcleo arqueado do hipotálamo.

No geral, as diretrizes psiquiátricas recomendam que a descontinuação seja feita de forma gradual, num período de 2 a 4 semanas, nas quais se reduz devagar a dose terapêutica mínima. Por exemplo: se a dose recomendada era de 20 mg, o paciente pode tomar 15 mg por duas semanas, depois 10 mg e assim por diante.

Antidepressivos, como a fluoxetina, são outro exemplo. Num primeiro momento, a droga diminui os sintomas, mas se a medicação é suspensa de forma abrupta, pode piorar os sintomas da depressão, e até levar à ocorrência de suicidalidade, que são pensamentos ou tentativas de suicídio.

Duas a três semanas depois de instalados os sintomas da abstinência, costuma ocorrer um fenômeno conhecido como “rebote”: o reaparecimento dos sintomas psiquiátricos que levaram à indicação do medicamento.

A Fluoxetina foi tradicionalmente prescrita como uma medicação que poderia tratar o transtorno depressivo ou ansioso ao mesmo tempo que ajudaria na perda de peso. Hoje, sabemos que a ação é pequena e mais proeminente no inicio do tratamento, com a tendencia do peso voltar ao normal ao longo dos meses.

A principal diferença entre os dois medicamentos é que a fluoxetina é usada para controle de ansiedade, enquanto a sibutramina é usada em tratamentos contra obesidade. Embora a fluoxetina possa causar perda de apetite, é apenas um efeito colateral que não costuma durar mais de três meses.

De acordo com a médica psiquiátrica Danielle H. Admoni, a sertralina não é um remédio diretamente relacionado ao ganho ou à perda de peso como outros antidepressivos — como a fluoxetina e a vortioxetina, que podem levar ao emagrecimento; e a mirtazapina, que pode gerar os quilos a mais na balança.

Cloridrato de fluoxetina aumenta os níveis de serotonina no cérebro, resultando em melhora dos sintomas da depressão, da bulimia nervosa, do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e do transtorno disfórico pré-menstrual.