Porque aumentar a Selic diminui a inflação?

Perguntado por: amota . Última atualização: 17 de julho de 2023
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Na prática, quando os juros de uma economia sobem, a circulação da moeda diminui e, consequentemente, há menos pressão inflacionária. “Com os juros mais altos, as pessoas vão sair e comprar menos, já que o orçamento diminui, além do crédito ficar mais caro.

Por exemplo, quando o IPCA está alto, o Copom tende a aumentar a Selic. Assim, o crédito fica mais caro e o consumo diminui, reduzindo a inflação. Já em um momento que o Governo queira estimular o consumo, o Copom reduz a Selic. Com isso, o crédito fica mais acessível e a tendência é as famílias consumirem mais.

Dizemos que a Selic alta “costuma” ser favorável à renda fixa por uma razão. Se os juros estiverem altos, mas a inflação também, a chamada rentabilidade real será pequena. Ela representa o retorno obtido com uma aplicação, descontada a inflação. É, na prática, quanto o investidor ganha de fato.

Além disso, uma taxa de juros elevada restringe o acesso ao crédito, reduz o consumo e diminui a demanda. Sendo assim, o aumento pode servir para reduzir a atividade econômica e, consequentemente, para conter o avanço da inflação pela queda de demanda.

Quando a maioria dos preços cai, a inflação diminui. Ao contrário, quando todo mundo quer comprar algo que está em falta – a procura é maior do que a oferta –, os preços sobem e a inflação aumenta.

Então, para controlar a inflação, o governo precisa reduzir a necessidade de se financiar com emissão de moeda. Para isso, precisa ajustar suas finanças, cortando gastos e/ou aumentando impostos, num processo permanente. Há tentativas de governos de controlar a inflação “na marra”.

Normalmente, um ciclo de alta da Selic indica que o cenário econômico está mais instável. Como vimos, o governo aumenta os juros em momentos de alta dos preços. Porém, se esse aumento for excessivo, prejudicará a atividade econômica, pois elevará o custo de produção das empresas.

fica menor, o consumidor para de fazer gastos maiores. No longo prazo, essa estratégia controla a inflação por gerar menor demanda e, consequentemente, oferta mais barata. Na prática, portanto, aumentar a Selic ou mantê-la estável é uma maneira de conter o aumento do IPCA.

A inflação afeta o investimento, acaba com o emprego, corrói salário e aumenta a pobreza. O juro alto vem para rearrumar a casa, para continuar construindo.”

A maior taxa Selic da história foi registrada em 1989, período em que a economia brasileira sofria com a hiperinflação. Em 2 de fevereiro daquele ano, o índice apurado foi de 3,626% no dia. A maior Selic acumulada em 12 meses foi registrada em 26 de dezembro do mesmo ano, quando a taxa composta atingiu 115.334,03%.

"O governo possui instrumentos monetários tais como juros, compulsórios e instrumentos fiscais tais como gastos e tributação para controlar a demanda agregada e logo o nível de inflação." "Um instrumento de curto prazo é a política monetária, a política de juros do Banco Central.

Inflação alta é ruim, mas inflação muito baixa também pode ser. No Brasil, a meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional é de 4,5%, com um intervalo de confiança em torno desse valor central: 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Seguradoras. As seguradoras podem ser vistas como as maiores beneficiárias dos juros altos.

Aumento na demanda
Essa é uma das causas mais comuns. Acontece quando há pouca quantidade de um determinado produto que muitas pessoas querem consumir, de forma que seu preço tende a subir para equilibrar a oferta com a procura.

Inflação muito baixa desestimula o consumo
Quando a inflação é muito baixa, ou ocorre deflação (queda nos preços), os preços dos produtos não se mexem ou começam a cair. Com isso, as pessoas se sentem menos estimuladas a gastar.