Porque a dengue é uma epidemia?

Perguntado por: rcorte . Última atualização: 19 de julho de 2023
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Mas você sabe por que a dengue é uma epidemia e não um surto? A resposta está na ocorrência de casos nas cinco regiões do Brasil. Uma doença é considerada uma epidemia quando há número de casos acima do esperado em diversas localidades.

O dengue apresenta-se nos grandes centros urbanos de várias regiões do mundo, inclusive do Brasil, sob a forma de epidemias de grande magnitude, e sob a forma hiperendêmica, nos lugares onde um ou mais sorotipos circularam anteriormente.

O que é epidemia? Uma epidemia é quando ocorre um aumento no número de casos de uma doença em várias regiões, mas sem uma escala global. Ou seja, o problema se espalha acima do esperado, sem uma delimitação geográfica específica.

Essa expansão pode estar relacionada às mudanças climáticas e à própria adaptação do mosquito", complementa a epidemiologista. A tendência, de acordo com o que aconteceu nas temporadas anteriores, é que os casos de dengue continuem a subir no país pelo menos até o meio de maio.

As maiores epidemias detectadas até o momento ocorreram nos anos de 1998, 2002, 2008, 2010 e 2011. O ano de 2010 foi o mais crítico: aproximadamente um milhão de casos foram notificados. Nos últimos anos, os dados continuam alarmantes.

É uma doença febril que afeta bebês, crianças e adultos. A infecção pode ser assintomática ou pode apresentar sintomas que variam de febre baixa a febre alta incapacitante, com forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações e erupções cutâneas.

A transmissão se faz pela picada do Aedes aegypti, no ciclo homem - Aedes aegypti - homem. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito fica apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação.

Uma epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a epidemia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas regiões do país. Exemplo: no dia 24 de fevereiro, vinte cidades haviam decretado epidemia de dengue.

As 3 principais epidemias que atingiram o Brasil

  • Febre amarela (a partir de 1850) Causador: um vírus do gênero Flavivirus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. ...
  • Gripe espanhola (1918) Causador: vírus influenza H1N1, transmitido entre pessoas. ...
  • Varíola (início do século 20)

Mas, afinal, o que causa uma pandemia? Os fatores são múltiplos e incluem aglomerações populacionais, contato com animais silvestres, deficiências na estrutura sanitária, entre outros. E por trás de todos eles, está um agente em comum: a ação humana.

“Temos enorme dificuldade de controlar a dengue porque existe no país um crescimento urbano desordenado, urbanização precária, falta de fornecimento regular de água, de saneamento básico, de coleta regular de lixo, de política de reciclagem e de educação para a promoção de saúde”, enumera o médico infectologista ...

Além da densidade populacional, a falta de saneamento básico e a falta de esforços governamentais, hoje, o principal culpado é o aquecimento global”, explica Kleber Luz, professor do Departamento de Infectologia do curso de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, coordenador do comitê de arboviroses ...

Várias espécies de mosquitos do gênero Aedes podem servir como transmissores do vírus do dengue. No Brasil, duas delas estão hoje instaladas: Aedes aegypti e Aedes albopictus.

Em 2002, foram registrados cerca de 800 mil casos de dengue no Brasil, o que corresponde a 80% dos casos de toda a América no mesmo ano, com 150 óbitos por FHD.

O mosquito transmissor da dengue é originário do Egito, na África, e vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século 16, período das Grandes Navegações. Admite-se que o vetor foi introduzido no Novo Mundo, no período colonial, por meio de navios que traficavam escravos.

Estudos demonstram que, uma vez infectada - e isso pode ocorrer numa única inseminação -, a fêmea transmitirá o vírus por toda a vida, havendo a possibilidade de, pelo menos, parte de suas descendentes já nascerem portadoras do vírus.