O que é presunção de filiação?

Perguntado por: lmelo . Última atualização: 17 de julho de 2023
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A presunção legal de que os filhos nascidos durante o casamento são filhos do marido não pode servir como obstáculo para impedir o indivíduo de buscar a sua verdadeira paternidade.

A filiação possui três espécies, quais sejam: a adotiva, oriunda da adoção; a presumida, pois se presumem naturais os filhos gerados na constância do casamento e a natural, que se refere à questão biológica.

Presunção de paternidade é tema da entrevista do “Judiciário em Evidência” O “Judiciário em Evidência” apresenta entrevista sobre presunção de paternidade, que ocorre quando um homem não aceita, em processo judicial, fazer o teste de DNA e, nesse caso, pode ser considerado o pai.

Segundo Madaleno, "nascendo um filho na constância do casamento essa prole é presumida por lei como fruto do matrimônio, e o registro civil da criança pode ser feito por iniciativa da mãe, querendo, bastando provar seu casamento" [nota 10]. O art. 1.597 do CC, a sua vez, estabelece os pressupostos para essa presunção.

Quando a mãe se recusa a submeter seu filho ao teste de DNA, não pode ocorrer presunção da paternidade. Esse foi o entendimento da 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo ao negar recurso de um homem que buscava ser reconhecido como pai de uma criança.

A filiação — nome dos pais — deve ser preenchida, a não ser que a informação também não exista na certidão de nascimento ou casamento.

A filiação jurídica pode ser natural ou de outra origem, como a adoção, reprodução medicamente assistida heteróloga ou socioafetiva, conforme expressamente permite o Código Civil de 2002, no artigo 1.593, ao dispor que o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.

I – no registro do nascimento; II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.

Para o reconhecimento da paternidade é preciso iniciar uma ação judicial, que pode ocorrer a qualquer momento. A pessoa interessada no reconhecimento (a mãe ou até mesmo filho) informa para o Judiciário o suposto pai.

Foi sancionada na última semana, Lei nº. 12.004, que regula a investigação de paternidade de filhos fora do casamento. A nova lei, aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determina que quando o suposto pai se recusar a submeter-se ao exame de DNA, será reconhecida a presunção de paternidade.

Não é possível negar a paternidade registral, salvo se consistentes as provas do erro ou da falsidade. Direito de Família. O art. 1604 do Código Civil dispõe que "ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro".

Recusa do pai
A recusa do suposto pai a se submeter ao exame de DNA não é crime, pois o ordenamento jurídico brasileiro garante o direito de não produzir provas contra si mesmo.