Quem os cangaceiros roubavam?

Perguntado por: sourique . Última atualização: 17 de julho de 2023
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Eles roubavam, destruíam e assassinavam, seguindo seus próprios interesses e também atendendo àqueles que os protegiam. Esses protetores eram chamados de coiteiros, podendo ser governadores, proprietários de terra, vaqueiros, habitantes comuns, entre outros.

Se a população negasse o que queriam – dinheiro, comida, apoio –, eles revidavam. Seqüestravam crianças, incendiavam fazendas, matavam rebanhos, estupravam, assassinavam e torturavam.

Passou a ser procurado pela polícia por atacar fazendas do sertão, roubar gados e cometer sequestros e assassinatos. Mas o Lampião também é visto como herói, já que o movimento do cangaço estava ligado à disputa por terras e à revolta contra a miséria no nordeste.

Cangaço foi o nome dado a um grupo de pessoas que protestava contra a situação de precariedade e injustiça social na qual vivia a população da região Nordeste do Brasil, entre os séculos XIX e XX.

Os bandos de cangaceiros praticavam diversos crimes nos locais por onde passavam, como roubos, assassinatos, estupros, mutilações, entre vários outros.

Eles eram temidos pelas pessoas e espalhavam o medo por onde passavam. Frequentemente enfrentavam as forças policiais do governo. Também tinham um estilo próprio de se vestir, de acordo com a época e a região que viviam, ou seja, que estavam inseridos.

Apesar da ferocidade de sua atuação na marginalidade, era devoto de Padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Entretanto, os dois se encontraram uma única vez, no ano de 1926, em Juazeiro do Norte.

Lampião ao reagir foi ferido no olho direito por um espinho do cacto que o policial atingiu com uma escopeta. Lampião foi levado a um médico numa cidade, próxima ao acidente, chamada Triunfo onde retiraram o espinho de seu olho. O médico não conseguiu livrá-lo da cegueira.

Com a Proclamação da República, em 1889, diversos problemas sociais, econômicos assolavam o país, sobretudo no Nordeste, onde a violência, a fome e pobreza aumentavam. Assim, no final do século XIX já se notava o surgimento de focos de cangaceiros pelo norte e nordeste do país.

Em 1921, Virgulino Ferreira aderiu ao bando de Sinhô Pereira, um dos cangaceiros de maior expressão no Nordeste. Nesse bando, ele prosperou como cangaceiro, tornando-se o mais famoso e temido do Brasil. Ficou conhecido como Lampião porque sua capacidade de atirar rapidamente fazia com que ele iluminasse a noite.

Na versão oficial, consta que, em 28 de julho de 1938, em meio a Grota de Angico, em Sergipe, Lampião morreu de um tiro disparado por um dos guarda-costas de Francisco Ferreira, o oficial Antonio Honorato da Silva.

“O cangaço pode ser visto como uma continuidade do ambiente violento do sertão, onde era comum que paisanos carregassem e usassem armas no cotidiano, pautando sua vida em questões morais, de honra e prestígio”, diz Pericás.

O cangaço chegou ao fim quando o bando de Lampião foi emboscado em 1938, na fazenda Angicos, em Sergipe. Neste período, o Brasil era governado por Getúlio Vargas, que tinha instaurado uma ditadura chamada Estado Novo e reprimiu fortemente quem estivesse fora da ordem.