Porque Agostinho se converteu?

Perguntado por: adantas . Última atualização: 24 de setembro de 2023
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"A conversão de Santo Agostinho foi em um momento de crise existencial e um processo que levou anos. Ele tinha um ímpeto de buscar o sentido da vida, e, nessa busca, ele não havia encontrado até então.

Santo Agostinho narra sua história de conversão no livro Confissões. Enquanto estava sentado embaixo de uma árvore, ele ouviu uma voz que dizia: “Toma e lê”. Foi então que Santo Agostinho, ao ler Romanos 13.13-14, converteu-se definitivamente ao cristianismo.

Santo Agostinho (354-430) declarou que o pecado é um dos terríveis males que assola os seres humanos e que a marca desse mal ficaria impresso para todo o sempre. A única forma de salvação é a busca pela Igreja, e assim, de Deus, o único detentor da salvação das almas dos pecadores.

Agostinho é considerado 'Santo' tanto pela Igreja Católica quanto pela Anglicana e, mesmo para os protestantes e evangélicos, é referência na história eclesiástica com seus escritos e ditos.

O pecado é, para Santo Agostinho, aversio Dei et conversio criaturas, é ato voluntário de defecção da vontade: agir mal é desprezar e se afastar das coisas eternas e imutáveis19.

Muitos autores afirmam que Santo Agostinho cristianizou Platão.

De acordo com São Possídio, um dos poucos milagres atribuídos a Santo Agostinho, ainda em vida, foi a cura de um doente, durante o cerco da cidade de Hipona pelos vândalos, um pouco antes de sua morte, em 430.

O objetivo era treinar o controle das paixões para merecer a salvação numa suposta vida após a morte. Não é por acaso que a obra principal de Santo Agostinho seja Confissões, em que narra a própria conversão ao cristianismo depois de uma vida em pecado.

Nesse sentido, Agostinho afirma que a verdade está acessível a todos, pois é um bem tal que todos podem gozar igualmente e em comum. “Ela dá-se a todos de modo a permanecer pura em relação a cada um” (De lib. arb., II, 13,36).

Ele defendia que, embora tenha criado tudo o que existe, Deus não criou o mal porque o mal não é algo, mas a falta ou a deficiência de algo. Por exemplo, o mal padecido por um homem cego é a ausência de visão; o mal em um ladrão é a falta de honestidade.

Santo Agostinho, que entrou no Céu com 76 anos de idade (no ano 430), converteu-se com 33 anos, quando foi catequizado e batizado por Santo Ambrósio. Depois de “perder” sua mãe, voltou para a África, onde fundou uma comunidade cristã ocupada na oração, estudo da Palavra e caridade.

Agostinho foi o primeiro a estudar a alma, a ponto de muitos o considerarem o precursor de Freud, que viveria cerca de 16 séculos depois.

Platão

Agostinho foi fortemente influenciado pela teoria dualista de Platão, que fazia uma divisão entre o mundo das ideias e o mundo dos sentidos. Ele transformou a teoria platônica, de forma a adaptá-la à religião: o mundo ideal seria o mundo de Deus (Cidade de Deus), enquanto o mundo das coisas seria o dos seres humanos.

O momento vivido por Agostinho era conturbado: ele tinha dificuldades interpessoais em seus relacionamentos amorosos e com a mãe de Adeodato, além de encontrar-se espiritualmente desamparado por todas as doutrinas que procurou: maniqueísmo, hedonismo e ceticismo.

Adão e Eva desobedeceram a Deus comendo do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.