Por que o Brasil não tem prisão perpétua?

Perguntado por: ecrespo . Última atualização: 28 de junho de 2023
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O artigo 5º, inciso XLVIII, alínea b da Carta Maior afirma que no sistema jurídico brasileiro não se permitirá penas de caráter perpétuo. Essa ordem expressa no texto constitucional é considerada uma cláusula pétrea, ou seja, esse dispositivo não pode ser alterado, nem mesmo por meio de emenda constitucionais.

Prisão perpétua é impossível no Brasil
Segundo a presidente, o processo atende aos requisitos formais para a homologação da sentença, mas eventualmente será necessário discutir as condições do regime de cumprimento de pena.

Porque a Constituição Federal proíbe penas de caráter perpetuo. Nesse sentido dispõe o artigo 5º, inciso XLVII da Constituição: XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.

Tortura, tráfico de drogas, terrorismo, homicídio qualificado, latrocínio e estupro são alguns dos crimes considerados hediondos no Brasil. Prisão perpétua não existe no país.

A prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, em particular, levanta questões de punição cruel, desumana e degradante, e mina o direito à dignidade humana ao remover qualquer esperança de libertação e tornar o propósito reabilitador da prisão essencialmente sem sentido.

Prisão perpétua (também conhecida como encarceramento vitalício, encarceramento de vida ou simplesmente vida) é uma sentença de prisão por um crime sob o qual as pessoas condenadas devem permanecer na prisão, seja pelo resto de sua vida natural ou até a liberdade condicional.

Chamamos de prisão perpétua a penalidade onde o condenado diante da mesma deve estar sob custódia do sistema carcerário até o fim de sua vida, sendo a prisão que dura eternamente, conforme conhecida no senso comum.

Acredita-se que a sentença de prisão mais longa já decretada por um tribunal tenham sido os 141.078 anos de cárcere aplicados a Chamoy Thipyaso na Tailândia em 1989. Ela foi condenada por um esquema de pirâmide que defraudou 16 mil pessoas.

(2) A pena de prisão perpétua é aplicada em caso de crime de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crimes de agressão e nas condições previstas na alínea 1) do n.º 2 do artigo 535 deste código para duas ou mais infrações penais definidas no n.º 5 do artigo 1086, artigo 1167, artigo 3528, n.º 2 do ...

Muitos dos que se posicionam a favor utilizam como principal argumento que a pena de morte reduziria a violência no Brasil e diminuiria os gastos com ressocialização dos presos, uma medida que poucas vezes funciona.

A pena de morte é proibida no Brasil, mas foi prevista durante a Ditadura Militar (1964-1985) para casos de crimes de guerra. É preciso lembrar que, segundo os militares, o Brasil estava travando uma luta interna contra o comunismo e por isso, aqueles que fossem acusados de traição estavam sujeitos à pena capital.

Existem mais de 2,6 mil adolescentes cumprindo a prisão perpétua nos Estados Unidos. Mas, na maioria dos casos, principalmente quando há crueldade ou assassinatos em série, a população concorda com a punição.

Um dos primeiros locais em que há relatos de prisão perpétua é o Egito, que aplicavam esta pena oficiais de justiça que praticavam espionagem ou desertores. No Brasil a abolição de prisão perpétua é considerado uma cláusula pétrea, sendo assim, nem mesmo uma emenda constitucional pode alterar.

Porém, os resultados verificados demonstram que a aplicação da pena capital não tem impacto expressivo para a redução da criminalidade. Uma das razões, especula-se, é a de que o criminoso tem certeza de que não será alcançado pelo Estado, tampouco punido.