Por que Macunaíma se transforma em vários seres no livro?

Perguntado por: aribeiro . Última atualização: 7 de julho de 2023
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Cabe sobretudo a Macunaíma, por ter o poder de alterar a si, ao outros seres e ao ambiente, a fundação da (nova) identidade nacional fixada pelo livro homônimo. Já as metamorfoses presentes no processo narrativo abordam outras mudanças, como as da voz narrativa, que afastam o texto da tradição literária brasileira.

Ela não quis, e Macunaíma chorou até a noite. No dia seguinte, Sofará, companheira de Jiguê, levou o menino para passear. Então, quando “deitou o curumim nas tiriricas, tajás e trapoerabas da serrapilheira, ele botou corpo num átimo e ficou um príncipe lindo”, e os dois “brincaram” (tiveram relações sexuais).

E assim tudo se acaba. Macunaíma, mutilado, vai bater na casa do Pai Mutum, que, com dó dele, faz uma feitiçaria e transforma-o na constelação da Ursa Maior. “Ia pro céu viver com a malvada.

Macunaíma é uma obra que apresenta várias características modernistas. Entre elas, destacam-se: Uso de linguagem nacional e coloquial. Criação de uma identidade brasileira.

Foi o verdadeiro amor de Macunaíma, e, ao morrer de desgosto depois da morte de seu filho, dá a muiraquitã para o nosso anti-herói. Piaimã: é o gigante que, disfarçado de Venceslau Pietro Pietra, rouba a muiraquitã de Macunaíma, tornando-se seu principal inimigo. No final, o herói mata Piaimã e toma de volta a pedra.

A cena em que Macunaíma e seus dois irmãos se banham na água que embranquece pode ser entendida como o símbolo das três etnias que formaram o Brasil: o branco, vindo da Europa; o negro, trazido como escravo da África; e o índio nativo. Nessa cena, Macunaíma é o primeiro a se banhar e torna-se loiro.

As aventuras do “herói de nossa gente” podem ser por vezes engraçadas, mas a moral da história é amarga. Aliás, achar graça na malandragem também é um vício brasileiro. Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter”.

O livro “Macunaíma: o herói sem nenhum caráter” do autor Mário de Andrade é considerado um dos primeiros romances do modernismo no Brasil. Na obra Macunaíma, que foi publicada em 1928, o autor traz uma representação do povo do Brasil diante de uma teoria de “herói sem nenhum caráter” ou “anti herói”.