Por que a obra Abaporu foi considerada o símbolo do modernismo brasileiro?

Perguntado por: ugomes . Última atualização: 9 de agosto de 2023
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Abaporu é um símbolo do movimento antropófago e também é um símbolo da arte modernista brasileira como um todo. A obra ainda gera reflexão sobre a identidade nacional, temática tão cara aos modernistas. Ela mostra que, por trás do verde e amarelo, existem também outras cores (influências) na cultura nacional.

O impulso para a criação desse movimento foi justamente o quadro Abaporu que, como dito anteriormente, tem como significado "homem que come gente". Essa vertente da arte convidava os artistas a produzirem trabalhos com um viés voltado para a cultura do país, mesmo que com influências das vanguardas europeias.

Estava acesa a centelha antropofágica. Movimento Antropofágico foi totalmente disruptivo para a época e teve Abaporu como um dos seus estandartes. O Abaporu apresentou uma série de rupturas tanto na forma quanto na leitura da origem e no entendimento do povo brasileiro.

Tarsila do Amaral foi uma importante artista plástica brasileira do movimento modernista. Junto à Anita Malfatti, ela ficou conhecida como uma das mais importantes pintoras da primeira fase do modernismo. E, ao lado dos escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, Tarsila inaugurou o movimento denominado “Antropofagia”.

"Em seguida, o quadro acabou virando símbolo de tudo o que o modernismo queria dizer. A antropofagia, no sentido de absorver a cultura europeia, dominante na época, e transformá-la em algo nacional, tudo isso foi sintetizado com Abaporu." "Um quadro com essa história foi ganhando importância e fama.

Essas cores estão na bandeira do Brasil e, portanto, representam a nossa nacionalidade. Já a figura humana representada na tela tem a cor morena, símbolo da miscigenação brasileira. A palavra “abaporu” vem do tupi-guarani e significa “homem que come”. Desse modo, essa figura humana pode ser vista como um antropófago.

O Abaporu foi pintado por Tarsila do Amaral como um presente para o seu então marido, o escritor e poeta Oswald de Andrade. A obra inspirou um novo movimento dentro do modernismo brasileiro: o movimento antropofágico.

A obra Abaporu é considerada importante pelos críticos por ter-se tornado o símbolo do movimento modernista brasileiro e por colocar o nosso país no mapa dos acontecimentos artísticos mais importantes da época.

Considerada uma obra-prima da autora, a tela foi pintada a óleo em 1928 para ser oferecida ao seu então marido, o escritor Oswald de Andrade. No quadro vemos a valorização do trabalho braçal (observe o pé e a mão enormes) e a desvalorização do trabalho mental (repare na cabeça minúscula).

O movimento antropofágico brasileiro tinha como objetivo assimilar outras culturas, partindo também da ideia de um país miscigenado, que possui várias culturas em sua formação. Com isso, a ideia era absorver ou “devorar” técnicas de outras culturas, reelaborando-as e convertendo-as em símbolo nacional.

No Brasil o Modernismo foi um movimento de grande importância, pois os artistas brasileiros ansiavam por uma libertação estética. Em outras palavras, ansiavam por deixar de "imitar" os modelos artísticos que surgiam na Europa e criar um genuinamente nacional, independente.

Suas obras estão ligadas à memória do país e expressam pensamentos engenhosos. Por isso, participam de maneira ativa do aprendizado da História e da consolidação das Artes nacionais.

A paisagem antropofágica de Tarsila do Amaral relaciona-se com o Brasil reivindicado pelos modernistas da segunda fase do movimento, iniciado em 1922, com a Semana de Arte Moderna. A pintora constrói um universo sintetizando plasticamente o seu relacionamento genuíno com a terra.

Veja algumas das obras mais conhecidas do modernismo do Brasil:

  • Abaporu - Tarsila do Amaral.
  • O Homem Amarelo - Anita Malfatti.
  • Pierrete - Di Cavalcanti.
  • O Artesão - Vicente do Rego Monteiro.
  • Paisagem da Espanha - John Graz.
  • Operários - Tarsila do Amaral.
  • A Estudante - Anita Malfatti.
  • Amigos (Boêmios) - Di Cavalcanti.

“O homem de sete cores” (1915-1916), de Anita Malfatti.