Como surgiu o tráfico de drogas no Rio de Janeiro?

Perguntado por: nalencastro . Última atualização: 25 de setembro de 2023
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O tráfico se tornou um crime organizado no Rio de Janeiro a partir do final da década de 1970. O antropólogo Paulo Storani, que foi oficial do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, diz que a cidade virou um ponto na rota de distribuição da cocaína que saía dos países andinos, em direção à Europa.

O tráfico começou a se estruturar no Rio de Janeiro a partir do final da década de 1970, expandiu-se nos anos 80 e passou a travar disputas entre si nos anos 90. Há 50 anos, a cidade virou um ponto na rota de distribuição da cocaína para a Europa. Na mesma época, surgiram, dentro de presídios, as facções criminosas.

Tráfico de Drogas
Estudiosos apontam que os grupos do tráfico começam a se constituir mais organizadamente a partir dos anos 70 e 80. No início dos anos 80, com a chegada da cocaína à cidade, consolida-se o poder do tráfico de drogas.

O tráfico surge da ilegalidade das drogas e a mesma ilegalidade acarreta importantes consequências sociais: crime, violência, corrupção, marginalidade, além de taxas maiores de intoxicação por produtos químicos adulterantes dos entorpecentes, etc.

O tráfico negreiro iniciou-se no Brasil pela necessidade contínua de mão de obra escrava e foi resultado direto da diminuição do número de escravos indígenas. O tráfico negreiro era uma atividade extremamente lucrativa e atendia aos interesses da Coroa, portugueses e colonos.

João Gutierres Valério tinha um acordo com Salvador de Sá pelo qual pagaria imposto por cada escravo desembarcado no porto. O primeiro traficante do Rio de Janeiro se chamava João Gutierres Valério.

As drogas mais comuns a aparecerem nos registros são a maconha, a cocaína e o crack.

O tráfico de drogas em favelas cariocas é operado por empresas locais do comércio de drogas – chamadas “firmas” –, caracterizadas por relações internamente hierarquizadas, pela fixidez territorial dos pontos de venda, a opulência armada dos traficantes e, finalmente, pela sua articulação “translocal” em comandos.

O PCC também mantém faccionados na Costa Verde do Rio. Angra dos Reis é um dos lugares mais procurados pelos criminosos paulistas. Foi lá que André de Oliveira Macedo, o André do Rap, o maior narcotraficante da facção de São Paulo, acabou preso em uma mansão em setembro de 2019.

A cocaína vem da Bolívia, Peru ou Colômbia, e parte dela é entregue nas cidades, levada pelos matutos. Eles se encarregam de levar a droga na mochila, de ônibus ou carro, e são parte fundamental do abastecimento das cidades.

No Brasil, é a partir da Consolidação das Leis Penais de 1932 que se inicia a criminalização de condutas relacionadas à produção, à distribuição e ao consumo das drogas tornadas ilícitas, com a substituição da expressão “substâncias venenosas” do artigo 159 do Código Penal de 1890 por “substâncias entorpecentes”, ...

Popularização das drogas ilícitas
Movimentos artístico-culturais, como o Hippie das décadas de 50 e 60, trazem para o Brasil a popularização do uso da droga. Num contexto histórico mundial de guerras, violências, ditaduras e censuras ideológicas que permeiam o séc.

Resumo: A rota da cocaína não nasceu nos anos de 1970, via Colômbia, e sim no final do século XIX, em 1860, mais precisamente na relação comercial entre Peru e Alemanha.

Foi trazida para cá pelos escravos negros, daí a sua denominação de fumo-de-Angola. O seu uso disseminou-se rapidamente entre os negros escravos e nossos índios, que passaram a cultivá-la.

Sua origem se deu através da junção de presos comuns com presos políticos no período de regime militar, o que permitiu aos presos comuns receberem lições e aprendizados dos presos políticos no que diz respeito à organização, estrutura hierárquica, ações de proteção e enfrentamento do sistema estatal.

O tráfico de pessoas é um conceito jurídico inventado no século XIX e que reapareceu entre nós no final do século XX.