Como funciona a lei Rouanet?

Perguntado por: hluz6 . Última atualização: 28 de junho de 2023
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Na prática, funciona assim: o produtor cultural apresenta uma proposta de evento ao ministério, para que a pasta o ajude a levá-lo adiante. Se o projeto cumprir as exigências previstas em lei, o que será avaliado por uma comissão técnica, entra na lista da Lei Rouanet.

Portanto, a Lei Rouanet é um mecanismo de benefício mútuo: o artista recebe o financiamento para seu projeto, enquanto a empresa tem o abatimento fiscal e a publicidade. Há, porém, ainda mais um benefício.

QUEM PODE PATROCINAR MEU PROJETO DA LEI ROUANET? Pessoas Físicas pagantes de IR (devido), em até 6%, no modelo Completo e Pessoas Jurídicas Tributadas no Lucro Real, em até 4% sobre o Imposto de Renda devido.

A Lei Rouanet acabou? A Lei Rouanet segue como o principal instrumento de viabilização cultural no país. Mas ela sofreu alterações em abril de 2019, como já havia sido antecipado pelo presidente Jair Bolsonaro ainda em campanha.

A regra geral é a mesma: permitir ao empreendedor captar recursos junto a empresas – públicas ou privadas –, e pessoas físicas, em troca de deduções fiscais.

O dinheiro vem dos recursos que pessoas físicas e jurídicas do setor cultural pagariam ao Imposto de Renda (IR). A Lei Rouanet permite que o valor seja direcionado e possibilita que artistas e produtores tenham patrocínio pela isenção fiscal do IR.

De 2006 a 2017, o governo federal destinou mais de R$ 13 bilhões ao segmento cultural, por meio de renúncia fiscal oriunda da Lei Rouanet, conforme informações disponibilizadas pelo MinC.

Juntos, os projetos receberam autorização para captar R$ 5 milhões caso consigam patrocinadores. O maior valor liberado até agora foi de R$ 37 milhões para a revitalização do palco do Theatro Municipal do Rio. Já "Disney Magia e Sinfonia" recebeu liberação para captar R$ 4,7 milhões.

História. Sancionada pelo então presidente Fernando Collor de Mello a lei instituiu o Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, estabelecendo, naquele momento, as políticas públicas para a cultura nacional.

Para propor um projeto na Lei Rouanet, basta a pessoa estar envolvida em atividades culturais, seja ela pessoa física ou jurídica (com ou sem fins lucrativos e que atendam aos requisitos). Pessoas jurídicas de direito público também poderão ser proponentes, desde que sejam da administração pública indireta.

Zeca Baleiro recebeu exatos R$ 100 mil no dia 23 de janeiro, com mais de um mês de antecedência para a apresentação de seu show, para fazer o encerramento do “Carnaval do Maranhão”, promovido pelo Executivo Estadual.

Já nos primeiros 18 dias de 2023, a ministra Margareth Menezes autorizou a Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural a liberar cerca de R$ 62 milhões do montante para 353 projetos, que agora podem ser executados ou continuados.

A Lei Rouanet é o nome popular do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), instituído pela Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Sua criação foi durante o governo de Fernando Collor e o nome popular tem origem no sobrenome do criador da lei, o ex-secretário de cultura Sérgio Paulo Rouanet.

Apesar de se tratar de um incentivo cultural, a Lei Rouanet frequentemente é alvo de polêmicas e é retratada de forma negativa. No último mês, o debate se intensificou devido às críticas direcionadas a artistas que têm seus projetos financiados pela lei, o que acarretou na CPI do Sertanejo.

A lei oficializou algo que acontece há, literalmente, séculos: pessoas físicas e jurídicas patrocinam eventos culturais em troca de desconto no Imposto de Renda. Sim, é isso mesmo. A verba que os artistas conseguem através da Lei Rouanet nunca passa pelos cofres públicos.

A ideia é simples e tem se mostrado eficaz. Por meio de incentivo fiscal, o governo estimula empresas e pessoas físicas a apoiarem o setor cultural. Parte do dinheiro que iria para o Imposto de Renda pode ser usado para patrocinar os eventos que recebem a chancela da Lei Rouanet.