Como a sociedade enxerga estereótipo?

Perguntado por: ialbuquerque . Última atualização: 20 de julho de 2023
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O estereótipo compõe-se de uma série de predicados fixos que são atribuídos ao objeto, mas há um principal, do qual os outros são derivados. Assim, o intelectual é visto como alheio ao que ocorre com o mundo material, tem pouco interesse por atividades esportivas, é pedanle, julga-se o dono da verdade etc.

A abordagem social ou cultural foca em uma perspectiva mais ampla, considerando os estereótipos como informações culturais e públicas acerca de grupos sociais, que são compartilhados socialmente pelos indivíduos de uma mesma cultura. Os estereótipos, dessa forma, são entendidos como parte da cultura e da sociedade.

O estereótipo é um tipo de padrão que a sociedade constrói. É uma ideia preconcebida que acaba colocando as pessoas ou grupos sociais em “caixinhas”, criando rótulos, ditando seus comportamentos e padronizando sua imagem de forma bem preconceituosa.

Portanto, um estereótipo de gênero é prejudicial ao limitar a capacidade de homens e mulheres para desenvolverem suas aptidões pessoais, terem uma carreira profissional e tomarem decisões sobre suas vidas e projetos vitais.

O grande problema dos estereótipos é que os aspectos individuais de quem está sendo estereotipado são completamente ignorados. Há uma desumanização da pessoa ou grupo estereotipado, porque esses indivíduos têm a sua complexidade apagada.

Bárbaro, grosseiro, melancólico, preguiçoso, malandro, por um lado e, por outro, exótico, alegre, cordial. Essas são algumas das imagens tradicionalmente associadas por estrangeiros e até mesmo por sociólogos, antropólogos e escritores nativos à representação do brasileiro.

Muito praticado pela sociedade, desde quando nascemos são atribuídos muitos estereótipos, por exemplo, cor azul é de menino e cor rosa é de menina. Ou mesmo quando pensamos em dar um presente para uma criança oferecemos um carrinho para o menino e uma boneca para a menina.

Esses estereótipos surgem como forma de atribuir características específicas, baseados em construções sociais aos gêneros. Muitas dessas falas e comportamentos vêm do que chamamos de vieses inconscientes, que funcionam como atalhos mentais, ou seja, uma espécie de piloto automático dos nossos julgamentos e decisões.

É possível quebrar os estereótipos? Sim, é possível quebrar os estereótipos por meio da educação, conscientização, diálogo aberto e interações positivas. Desafiar os estereótipos e promover a diversidade e inclusão são formas eficazes de quebrar essas barreiras.

Diminuir a disparidade salarial entre os géneros, acabar com a violência baseada em género, promover a igualdade, enfim, acabar com o preconceito de género. Estes são alguns dos tópicos mais relevantes para a nossa sociedade e que ganham ainda mais força neste ano.

Assim, podemos afirmar que um estereótipo pode desencadear uma atitude preconceituosa, negativa ou positiva. Resumindo, por exemplo, o estereótipo de que as mulheres são melhores na cozinha e para cuidar dos afazeres da casa, pode desencadear um preconceito negativo em relação aos homens.

Os conceitos de estereótipos e estigma estão extremamente associados, porém existem algumas diferenças básicas. A principal diferenciação é que os estereótipos podem existir sem estigmas e alguns estereótipos podem ser positivos, enquanto a estigmatização é sempre negativa.

Desconstruir as regras sociais, entender e aceitar que o padrão cultural de beleza que a sociedade nos impõe não é a única opção não é fácil. Crescemos aprendendo que existe uma linha de chegada para alcançar o corpo ideal. Nossas bonecas Barbie já nos mostram isso desde muito pequenas.