Quem vivia em quilombo?

Perguntado por: oreal7 . Última atualização: 26 de setembro de 2023
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No período colonial os quilombos não eram só compostos por escravos fugidos, mas também de escravizados alforriados, brancos pobres, mestiços, indígenas, entre outros. Hoje em dia ainda existem quilombos ocupados pelos remanescentes que possuem as mesmas tradições.

Os quilombos eram comunidades formadas por africanos escravizados e seus descendentes. Essas comunidades eram formadas por escravos que fugiam da escravidão, sendo um local onde viviam em liberdade e resistiam à escravidão. Nos quilombos não viviam apenas africanos escravizados, mas também índios e brancos livres.

De acordo com dados do Censo 2022, 1,3 milhão de pessoas se autodeclaram quilombolas no Brasil. A imensa maioria está em territórios que até hoje não foram titulados. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (27).

Como era a vida nos Quilombos? O funcionamento dos quilombos considerava a tradição dos escravos fugidos que neles habitavam. Nessas comunidades, se realizavam atividades diversas como agricultura, extrativismo, criação de animais, exploração de minério e atividades mercantis.

Quilombo é a denominação para comunidades constituídas por pessoas escravizadas que resistiram ao regime escravocrata que vigorou no Brasil por mais de 300 anos e só foi abolido em 1888.

Ser quilombola é se sentir pertencente a uma determinada comunidade, é se identificar com os valores, costumes e também ter a ligação com o território, viver próximo de outros indivíduos que compartilham de um mesmo laço identitário.

Quilombo dos Palmares

Quilombo dos Palmares é como ficou conhecido o maior quilombo que existiu na história da colonização do Brasil pelos portugueses. Foi também o maior quilombo de toda a América Latina e, no seu auge, concentrou a população de cerca de 20 mil pessoas.

Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares foi um dos grandes nomes da história brasileira e ficou marcado por ser o líder do maior e mais longevo quilombo que existiu no Brasil.

É no Nordeste também que está localizado o maior número de territórios quilombolas oficialmente reconhecidos (176). Mas é no estado do Pará, na região Norte, que está a maioria das localidades com delimitação oficial (75).

O povo do quilombo é um povo alegre, que gosta de música e de dança. O canto está sempre presente em seu cotidiano e nas festas. Entre os quilombolas há um grande número de cantores e compositores, que relatam em suas músicas a vida, a luta e a esperança de seu povo.

Quilombolas são os atuais habitantes de comunidades negras rurais formadas por descendentes de africanos escravizados, que vivem, na sua maioria, da agricultura de subsistência em terras doadas, compradas ou ocupadas há bastante tempo.

O líder de Palmares era um líder político, militar e religioso e nesse último quesito ele coordenava o culto aos antepassados, um traço importante da religião dos africanos bantos. Além disso, o quilombo possuía um conselho de homens mais velhos, que auxiliavam na administração do quilombo.

Quilombo é sinônimo de luta pela terra e liberdade, e desta luta que começou há mais de trezentos anos surgiram as comunidades quilombolas do Vale do Ribeira. Comunidades que sobreviveram até hoje na contracorrente da concentração fundiária e da devastação da Mata Atlântica.

De acordo com dados do Censo 2022, a população quilombola do país é de 1,32 milhão de pessoas, ou 0,65% do total de habitantes do país. Os dados mostram que foram identificados 473.970 domicílios onde residia pelo menos uma pessoa quilombola, espalhados por 1.696 municípios brasileiros.