Quem criou a ayahuasca?

Perguntado por: abarbosa . Última atualização: 26 de setembro de 2023
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Composto por uma mistura de plantas amazônicas, a ayahuasca ou o chá do Santo Daime é o elemento central de rituais xamânicos herdados da cultura indígena. O berço dessas doutrinas fica em Rio Branco (AC) e a bebida é usada há milhares de anos pelos pajés de várias tribos amazônicas do Brasil, do Peru e do Equador.

A Ayahuasca é uma substância psicoativa formada pela deccoção do cipó Banisteriopsis caapi, conhecido como Jagube, e pela folha Psychotria viridis, por sua vez chamada de Rainha. Esse chá tem sido consumido milenarmente pela população nativa amazônica.

As origens do uso da Ayahuasca na bacia Amazônica remontam à Pré-história. Não é possível afirmar quando tal prática teve origem, no entanto, há evidências arqueológicas através de potes, desenhos que levam a crer que o uso de plantas alucinógenas ocorra desde 2.000 a.C.

Publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o estudo revela que o princípio ativo induz a um aumento do estado de conectividade em todo o cérebro (hiperconectividade), através dos neurônios, envolvendo até mesmo áreas normalmente distantes.

Católico fervoroso, Raimundo Irineu Serra, que passou a ser conhecido como Mestre Irineu, cristianizou as tradições caboclas e xamânicas da bebida sacramental ayahuasca, inicialmente realizando cerimônias de cura baseadas na ingestão do chá.

Entretanto, desde 2004 o CONAD (Conselho Nacional Antidrogas) não a considera como alucinógena, considerando seu emprego nestes rituais – sendo que alguns utilizam para ela o termo “enteógeno” (en- = interno; -theo- = divindade; -genos = gerador) – o pelo fato de que não há relatos de dependência física.

Assim, a Ayahuasca, para as tribos indígenas, seria a ferramenta para a compreensão da natureza (Deus e vida), além de indicar a identidade social e a autonomia da tribo.

Embora algumas pessoas afirmem que a ayahuasca é alucinógena, muitas outras defendem que, na verdade, ela é só um instrumento para facilitar um estado meditativo profundo. Dessa forma, é como se o usuário acessasse um caminho mais rápido para ampliar a sua consciência.

Abdicar de substâncias como cafeína, álcool e açúcar pode reduzir seus níveis de serotonina, o que por sua vez levaria a um aumento maior deste neurotransmissor ao ingerir ayahuasca, proporcionando assim uma experiência de maior intensidade, disse Keatley.

Além disso, é possível haver casos de taquicardia, tontura, aumento da pressão arterial e até mesmo convulsões. Em situações mais graves, é possível desenvolver quadros de hipertensão. Outros efeitos: A pessoa com doenças mentais pode ficar ainda mais propensa à crises e efeitos colaterais alucinógenos.

A substância ativa do ayahuasca é proibida nos EUA, mas há uma exceção: o uso é permitido em cerimônias religiosas desde que uma igreja de origem brasileira conquistou esse direito na Justiça.

Porém, o Xamanismo brasileiro não é apenas uma religião e não faz uso apenas da Ayahuasca em suas cerimônias. Também tem valor cultural, outras plantas de poder enteógeno e outras "medicinas" que são elementos culturais da tradição espiritualista.

“Em todas as tradições da ayahuasca da América do Sul de que conheço, a purgação é considerada um tipo de limpeza física e espiritual, e não é compreendida como um efeito adverso indesejado.” Muitas pessoas ainda acreditam que a causa do vômito tem fundo emocional, mesmo quando há ciência por trás do acontecimento.