Quando o ensino não é libertador?

Perguntado por: aibrahim . Última atualização: 17 de julho de 2023
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“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor.”

“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor

A educação libertadora é baseada na ideia de que o educando deve ser o agente de sua própria educação, tomando o controle de seu aprendizado e desenvolvimento. Como tal, a educação libertadora deve ser flexível, adaptável e centrada no educando.

Assim, os oprimidos são todos aqueles que vivenciam de diversas formas a violenta vocação de “ser menos”, como distorção do ser mais (FREIRE, 1987).

"Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor." "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda." "Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção."

A educação libertadora busca desenvolver a consciência crítica de que já são portadores os educandos. Parte da convicção de que há uma riqueza de ideias, de dons e de carismas na alma e no cotidiano dos interlocutores.

No livro, Freire defendia que o objetivo da escola seria ensinar o aluno a "ler o mundo para poder transformá-lo”. Para ele, isso faria com que os pobres e vulneráveis entendessem a condição de oprimidos e agiriam em favor da própria libertação.

A educação libertadora visa ensinar as pessoas a pensar de forma crítica e autonomamente. Em vez de simplesmente aceitarem o que lhes é ensinado, os alunos são incentivados a questionar e pesquisar por si mesmos. Eles são ensinados a se expressar de forma criativa e a pensar fora da caixa.

A educação libertadora tem, fundamentalmente, como objetivo desenvolver a consciência crítica capaz de perceber os fios que tecem a realidade social e superar a ideologia da opressão. Na educação como prática da liberdade, os homens e as mulheres são vistos como “corpos conscientes”.

O reconhecimento da obra e do pensamento de Paulo Freire, patrono da Educação Brasileira e da Educação no Município de São Paulo, incomoda, justamente porque contraria a desumanização e a opressão que compõem a lógica neoliberal e da elite, observa Denise Aguiar, dirigente do SINESP.

Na educação opressora, como a própria expressão parece indicar, os alunos são oprimidos, impossibilitados de aflorar a sua personalidade, a sua identidade, já que são moldados, padronizados, por assim dizer. Por outro lado, temos a educação libertadora, calcada na visão pedagógica em que Freire acreditava.

A pedagogia do oprimido, que não pode ser elaborada pelos opressores, é um dos instrumentos para esta descoberta critica – a dos oprimidos por si mesmos e a dos opressores pelos oprimidos, como manifestações da desumanização.