Porque é melhor ser temido do que amado?

Perguntado por: ateles . Última atualização: 25 de setembro de 2023
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Nesta hipótese “é mais seguro ser temido do que amado, quando se tem de desistir de uma das duas”, isto porque “os homens têm menos receio de ofender a quem se faz amar do que a outro que se faça temer” (Príncipe, XVII).

Ser amado é bom, mas é preferível ser temido: o temor impede a revolta. O amor é inconstante, e a confiança do amor permite a revolta. Não é de todo ruim ter algum amor do povo, mas é melhor ser temido, pois o que teme não se levanta contra.

Quem leu Maquiavel deve lembrar daquela ideia básica para a sobrevivência política do príncipe: quando não se consegue ser amado, o príncipe, ou em uma expressão muito próxima, o “dono do poder”, deve se fazer temido. A equação maquiavélica coloca o medo como alternativa ao amor.

Melhor ser respeitado do que temido, pois o medo você impõe, respeito você conquista.

Consoante ao exposto, "é melhor ser temido do que amado" é o que define o governo de acordo com Maquiavel. Pois, se para tomar e manter o poder seja preciso que o governante seja temido, desde que se alcance o bem maior, não há complicações, pois nada vale o meio desde que se atinja seus fins.

FRASES MARCANTES DE MAQUIAVEL: “Melhor ser temido do que ser amado”. “Quem quiser praticar sempre a bondade em tudo o que faz, está fadado a sofrer, entre tantos que não são bons.” “O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta”.

A frase “os fins justificam os meios” é comumente associada a Nicolau Maquiavel, um filósofo político italiano do século XVI.

adjetivo Que infunde medo ou temor; temível: guerreiro temido por todos. [Figurado] Valente, destemido.

O curioso é que a tal máxima – “os fins justificam os meios” – não aparece no texto de O príncipe. Aliás, os estudiosos asseguram que Maquiavel não a escreveu nunca. Mesmo assim, a frase acabou se consagrando como a melhor síntese de todo o seu legado, uma síntese tão rasteira que acabou gerando malentendidos.

Maquiavel define o homem como um ser. munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros. possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política. guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.

O objetivo maior de Maquiavel ao escrever O Príncipe era demonstrar todo o seu conhecimento político prático para a família Médici, que estava no poder, a fim de conseguir reaver o cargo público que tinha.

A conduta moral e a ideia de virtude como valor para bem viver na sociedade não poderiam ser limitadores da prática política. O que se deve pensar é que o objetivo maior da política seria manter a estabilidade social e do governo a todo custo, uma vez que o contexto europeu era de guerras e disputas.

Resumo: Definido como fundador do pensamento político moderno, Nicolau Maquiavel é um dos autores centrais da história ocidental, ou mesmo mundial. Suas reflexões sobre o Estado colocaram-no como clássico das ciências humanas e autor indispensável para se entender a dinâmica política ainda hoje.

De como se deve evitar o ser desprezado ou odiado
O príncipe deve evitar ser odiado e desprezado. O que mais faz o príncipe ser odiado é a usurpação dos bens e mulheres do súdito. Um homem esquece mais rápido uma morte do que a perda de um bem. Deve ter cautela quanto aos súditos e as potências estrangeiras.

O príncipe deve aprender a não ser muito bom e piedoso, assim como deve ser prudente e fugir dos vícios que o levariam a perder seu poder. De acordo com Maquiavel, é melhor que o príncipe seja mais temido do que amado. Segundo ele, o governante temido mantém o povo em paz, unido e leal.