Por que a linguagem neutra é ruim?

Perguntado por: daraujo4 . Última atualização: 17 de julho de 2023
4.4 / 5 2 votos

Um dos pontos levantados por quem é contra o uso da Linguagem Neutra é que as novas grafias tornam a comunicação repetitiva e longa. Dizer “todos e todas”, por exemplo, é redundante, visto que pode-se dizer apenas “todos”.

Para os que questionam a linguagem neutra, um argumento para não usá-la é que a norma culta da língua define como neutro o uso do gênero masculino em plurais e generalizações, o que eliminaria a necessidade de distinguir se são homens e mulheres.

A linguagem inclusivanão sexista – é aquela que envolve todas as pessoas, sem especificar gênero e sem alterar a ortografia das palavras. A linguagem neutranão binária – é aquela que evita a binaridade entre gêneros feminino e masculino.

A linguagem neutra, também pode ser conhecida como linguagem inclusiva. Ela tem o objetivo de evitar a exclusão de pessoas com base em sua identidade de gênero, sexualidade, ou outros aspectos de identidade.

Os pronomes neutros não têm um jeito certo de serem usados, porque não fazem parte oficialmente da língua portuguesa. O uso é feito conforme a decisão de cada um e de como a pessoa não-binária pede para ser tratada.

A verdade científica é: os seres humanos nascem geneticamente macho (XY) e fêmea (XX). A meia-verdade é: algumas pessoas têm lutas interiores quanto à sua identidade sexual, então elas teriam um gênero neutro.

O objetivo é que essa forma de pronome seja naturalizada e comumente usada, para ajudar na inclusão de pessoas não binárias e de todas as pessoas que se desprendem das restrições de gênero. Além da inclusão, o uso do pronome neutro também depende da empatia de como outras pessoas gostam e querem ser chamadas.

Na gramática, vista como norma culta, o pronome neutro não está incluído. Já de acordo com estudos da Linguística, área que reconhece a constante transformação e evolução da língua, podem ocorrer alterações como a introdução do discurso neutro.

França

Na França. A discussão sobre a linguagem neutra também se tornou recorrente na França. Aliás, este foi o país que tomou a decisão mais abrangente e dura sobre o tema.

Portanto, se dissermos “bom dia, a todos e todas”, isso equivale a dizer “bom dia a todos e todas e a todas”, pois, no pronome indefinido “todos”, a audiência feminina já está incluída. Ao contrário, “todas” é um pronome indefinido excludente, isto é, que suprime a audiência masculina.

Foi aprovado em 2º turno, nesta segunda-feira (24/4), o Projeto de Lei 54/2021, do ex-vereador Nikolas Ferreira, que proíbe a denominada linguagem neutra na grade curricular e no material didático de instituições de ensino públicas e privadas, impondo sanções administrativas às que violarem a regra.

A resposta é simples: no idioma português, o masculino e o neutro se fundiram graças às suas estruturas morfossintáticas parecidas. Desde então, o masculino genérico passou a indicar neutralidade do sujeito, ou gênero não marcado, e o feminino se tornou o único marcador de gênero de verdade.

O termo "todes" é usado pela comunidade não-binária, ou seja, pessoas que não se identificam com o gênero feminino nem com o masculino. Informalmente, foi criada a "linguagem neutra" para utilizar termos que não definam essas pessoas como homem ou mulher, como forma de inclusão e respeito.

Por exemplo, quando alguém se identifica com o gênero feminino, podemos nos referir a esta como “ela” ou “dela”. Quando é masculino temos “ele ou “dele”. E quando uma pessoa não se identifica com os padrões de gênero, ou seja, é não-binária, podemos usar os pronomes “elu” ou “delu”.

“Ela/dela”, “Ele/dele”, “Elu/delu”, “Ile/dile” são algumas dessas possibilidades. Com “ela” e “ele” você, provavelmente, está familiarizado desde que nasceu. Já “Elu/delu” e “Ile/dile” são pronomes considerados “neutros” e integram sistemas da chamada linguagem não binária – também conhecida como linguagem neutra.

De acordo com a professora Fabiana, não é recomendável que os estudantes utilizem o pronome neutro na redação do Enem.