Onde fica o quilombo?

Perguntado por: arocha . Última atualização: 17 de julho de 2023
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Os quilombos continuaram existindo e sendo formados mesmo após o fim formal da escravidão. A existência de quilombos contemporâneos é uma realidade latino-americana. Tais comunidades são encontradas na Colômbia, Equador, Suriname, Honduras, Belize e Nicarágua.

Os quilombos espalharam-se em diversas regiões durante o Período Colonial, incluindo Bahia, Maranhão, Pernambuco, Goiás, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e a região amazônica, ou seja, cobriam uma extensa parte do território brasileiro daquele período.

O Quilombo dos Palmares desenvolveu-se na região da capitania de Pernambuco, mais precisamente na região onde atualmente está localizado o estado de Alagoas.

As 56 comunidades remanescentes dos quilombos estão espalhadas por todo o estado, com maior concentração em Conceição da Barra e São Mateus, no norte do Espírito Santo, conforme aponta o professor. “A maior comunidade em termos numéricos é a de Graúna, que fica em Itapemirim, que concentra 600 famílias.

Os quilombos são entendidos como espaços de resistência de africanos, uma vez que eram formados por escravos fugidos. Essas comunidades se estabeleciam no interior do Brasil, mas muitas surgiram ao redor de grandes cidades, como o caso dos vários quilombos formados nas proximidades do Rio de Janeiro no século XIX.

O Quilombo dos Palmares ficou conhecido por ser o maior quilombo da história brasileira. Esse quilombo foi construído na região da Capitania de Pernambuco, que hoje abriga os estados de Pernambuco e Alagoas.

Quilombola é um termo usado para identificar aqueles "remanescentes de comunidades dos quilombos". Entre os séculos 16 e 19, os quilombos foram criados por pessoas escravizadas que fugiam do regime de violência imposto pela escravização. Esses espaços de liberdade e resistência se espalharam por todo o país.

Quilombo dos Palmares

E entre os quilombos brasileiros, o de maior destaque foi o Quilombo dos Palmares, que por mais de um século conseguiu resistir aos ataques dos colonizadores portugueses. O Quilombo dos Palmares formou-se na Serra da Barriga, na antiga capitania de Pernambuco.

Zumbi foi eleito chefe do quilombo e permaneceu como tal de 1678 a 1695 – quando foi morto pelos portugueses.

Utiliza-se, para tanto, a conceituação de quilombos do período colonial, segundo a qual quilombo era definido como “toda a habitação de negros fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados e nem se achem pilões nele”.

As comunidades remanescentes de quilombo ou os quilombos contemporâneos são grupos sociais cuja identidade étnica até hoje os distingue do restante da sociedade. A identidade étnica de um grupo é a base para sua forma de organização, de sua relação com os demais grupos e de sua ação política.

Mas a verdade é que as chamadas comunidades remanescentes de quilombos existem em praticamente todos os estados brasileiros.

Quilombola é a pessoa que habita o quilombo.
A origem em comum dos remanescentes de quilombos é a ancestralidade africana de negros escravizados que fugiram da crueldade da escravidão e refugiaram-se nas matas. Com o passar do tempo, vários desses fugitivos aglomeravam-se em determinados locais, formando tribos.

Os quilombos, de maneira geral, funcionavam como válvula de escape para a intensa violência da escravidão nas senzalas. Além disso, eram considerados pontos centrais de oposição ao modelo escravagista, os quais resistiram a diversos confrontos com aqueles que se afirmavam superiores, os senhores de engenho.

Quilombos oficialmente delimitados
Nesses territórios oficialmente delimitados, moram 167 mil quilombolas. Segundo a Fundação Cultural Palmares, que certifica a autoatribuição quilombola, existem quase 3 mil comunidades validadas pelo órgão no Brasil.

O povo do quilombo é um povo alegre, que gosta de música e de dança. O canto está sempre presente em seu cotidiano e nas festas. Entre os quilombolas há um grande número de cantores e compositores, que relatam em suas músicas a vida, a luta e a esperança de seu povo.