O que era a morte para Aristóteles?

Perguntado por: exisco . Última atualização: 17 de julho de 2023
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É a falta de longevidade que faz com que o homem pregue o abandono da vida, perdendo a possibilidade de modificar a realidade.

A morte é, portanto, para Aristóteles o que há de mais temível na nossa vida7. Ela torna-se, assim, um termo para a vida, e por isso mesmo, só ela põe fim à perfeita felicidade humana. Os estoicos e os epicuristas abordam a morte com posições distintas, no interior das respetivas doutrinas.

Segundo Sócrates, “ninguém sabe o que é a morte, nem se, por- ventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais condenável não é essa de supor saber o que não sabe?” (PLATÃO, 1980, p.

O filósofo acredita, portanto, que sua alma continuará a viver do mesmo jeito enquanto estiver viva, e que irá se juntar no pós-morte ao que lhe é semelhante, deixando para trás os males humanos. Cebes, por outro lado, pensa que diante da ausência de prova da imortalidade da alma, é tolice não sentir medo da morte.

Em seu sentido filosófico, a morte sempre é entendida ou discutida como finitude ou cessação da existência humana. A consciência da finitude da vida incorpora, como consequência, a reflexão sobre a existência.

Que, para os filósofos não-niilistas, a morte somente é capaz de aplacar o nosso corpo físico, mas a alma (ou ainda a essência de cada ser humano) permanece, mesmo após a morte. Essa é a filosofia defendida por pensadores importantes como Sócrates e Platão, por exemplo.

A morte é o termo da vida devido à impossibilidade orgânica de manter o processo homeostático. Trata-se do final de um organismo vivo que havia sido criado a partir do seu nascimento. O conceito de morte, no entanto, foi sofrendo alterações ao longo do tempo.

Schopenhauer afirma que, ao morrermos, outro individuo nasce dando continuação à espécie. Deste modo, esta liberdade é tão ilusória quanto o temor da morte. Como é de conhecimento comum, a morte é a única certeza que temos, é a única certeza que a vida nos proporciona.

Fiel a este materialismo, Epicuro elabora suas reflexões quanto à morte. Acredita que somos um corpo formado por átomos e que, portanto, quando estes átomos chegam ao fim, morremos. Vivemos o tempo necessário de nossa existência. Para Epicuro não devemos temer a morte, porque ela nada significa a nós.

Os dicionários definem a morte como a cessação definitiva da vida, especialmente a humana, fim da existência de qualquer ser ou ente da natureza.

Com a morte de Platão, em 347 a.C., Aristóteles mudou-se para Assos, na atual Turquia, possivelmente decepcionado por não ter sido escolhido para substituir o mestre na direção da Academia. Em 343 a.C. foi chamado por Felipe II, da Macedônia, para educar seu filho, Alexandre.

De acordo com a tradição, as leis da identidade, da não-contradição e do terceiro excluído constituem um conjunto de princípios lógicos aos quais deve ser atribuído o estatuto de leis do pensamento.

Michel de Montaigne
Diz Cícero que filosofar não é outra coisa senão preparar-se para a morte. Isso, talvez, porque o estudo e a contemplação tiram a alma para fora de nós, separam-na do corpo, o que, em suma, se assemelha à morte e constitui como que um aprendizado em vista dela.