O que aconteceu com as Lojas Americanas?

Perguntado por: . Última atualização: 28 de junho de 2023
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A Americanas faliu? Não. A empresa continua a funcionar, vendendo produtos em lojas físicas e digitais, apesar de estar em fase de contenção de despesas e reavaliação financeira. Exemplo disso foi a saída da varejista do patrocínio do programa Big Brother Brasil, da Rede Globo - sendo substituída pelo Mercado Livre.

Para a Genial Investimentos, todos os pontos de valor da Americanas estão indo "ralo abaixo". Eles destacaram piora na alavancagem financeira, encarecimento do custo de capital, compressão de margens e dúvida sobre crescimento de receita, conforme nota a clientes.

Na noite de 11 de janeiro, a Americanas informou ter encontrado "inconsistências contábeis" de R$ 20 bilhões nos balanços de 2022 e de anos anteriores. O problema ocorreu com uma operação comum no varejo, chamada de "risco sacado". Posteriormente, uma análise interna determinou que a dívida pode chegar a R$ 40 bilhões.

O impacto da compra das ações da Americanas pelo Morgan Stanley.

O ativo desvalorizou 18,18% na bolsa, encerrando a sessão cotado a R$ 1,71, após o administrador judicial elevar a dívida total da empresa para R$ 47,9 bilhões. O valor é R$ 6,6 bilhões a mais que o informado pela companhia anteriormente, de R$ 41,2 bilhões.

Vale a pena comprar os papéis agora? A resposta pura e simples é: não. Pelo menos de acordo com os especialistas ouvidos pelo Valor Investe. O investimento em papéis da Americanas agora não passa de especulação.

As ações ordinárias da mineradora Vale (VALE3) caem mais de 18% em 2023, uma performance bem pior do que as concorrentes listadas CSN Mineração (CMIN3) e Gerdau (GGBR4). Mesmo assim, a empresa subiu 5,85% na última sexta e voltou ao radar de carteiras de corretoras e analistas em setembro, mês em que sobe 6,18%.

A Americanas, que pediu recuperação judicial em janeiro após revelar problemas contábeis de pelo menos R$ 20 bilhões, divulgou na semana passada uma atualização da lista de credores da companhia, na qual elevou o valor de sua dívida de R$ 41,2 bilhões para R$ 42,5 bilhões.

O trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, acionistas de referência da varejista Americanas, em recuperação judicial desde janeiro com dívidas declaradas de R$ 43 bilhões, avançaram em mais uma etapa para entrar em acordo com os bancos credores.

Pivô de um dos maiores escândalos financeiros no Brasil nos últimos anos, a Americanas tem por trás os três homens mais ricos do país: Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira cujas fortunas somam mais de R$ 185 bilhões.

São os investidores que possuem a maior quantidade de ações da varejista negociadas em Bolsa:

  • Fundo S-Velame S.A.R.L: 15,20% das ações;
  • Fundo BRC S.A.R.L: 11,60%;
  • Capital International Group: 5,40%;
  • Gestora Nuveen: 5,10%;
  • BlackRock: 5%;
  • Carlos Alberto Sicupira: 2%;
  • Cathos Holding: 1,10%;
  • Gestora Trade: 0,20%

Futuro ainda é incerto
Entre estas, a principal é sobre o turnaround da companhia. Os analistas preveem uma recuperação judicial longa, de uma companhia cujo setor possui literalmente pouca margem para erro.

Americanas

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Para se recuperar, a empresa precisa de dinheiro novo entrando no seu balanço, seja com aporte de sócios, com compra de novas ações, ou de novos empréstimos.

Ações para o longo prazo

  • VALE3 (Vale)
  • TAEE11 (Taesa)
  • JBSS3 (JBS)
  • Weg (WEGE3)
  • Carteira de ações para o longo prazo.

De acordo com o banco, o preço-alvo é de R$40 para os papéis preferenciais e de US$18,30 para as ADRs listadas nos Estados Unidos. Além disso, o Goldman ainda afirmou que a Petrobras (PETR4) pode anunciar um dividendo bilionário no final deste ano.