Quando usar o pronome neutro?

Perguntado por: erocha . Última atualização: 17 de julho de 2023
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Os pronomes neutros são maneiras inclusivas de tratar pessoas que não se sentem pertencentes exclusivamente nem ao gênero masculino, nem ao feminino. Essas pessoas são chamadas não-binárias. Os pronomes neutros mais comuns são "elu" e "ile", que substituem os pronomes "ele" e "ela".

Os chamados pronomes neutros, muito embora não sejam aceitos pela norma culta, são um fenômeno que tem o propósito de alterar o idioma para incluir todas as pessoas. Quem defende essa forma de se comunicar adota grafias que desprezam o “A” no gênero feminino e o “O” no gênero masculino.

Ela permite que pessoas que não se sentem representadas nem pelo gênero masculino, nem pelo gênero feminino, possam se sentir mais incluídas. A linguagem neutra tem como objetivo ser um movimento social e trazer transformação.

O uso do pronome neutro se dá por meio da substituição das vogais “e” e “a”, desses pronomes pessoais e possessivos da 3ª pessoa, por “u”. Ou seja, “ele”/“dele” e “ela”/“dela” passa a ser “elu”/“delu”. Outra alternativa é utilizar “ile”/“dile” para substituir os pronomes binários.

Quando é masculino temos “ele ou “dele”. E quando uma pessoa não se identifica com os padrões de gênero, ou seja, é não-binária, podemos usar os pronomes “elu” ou “delu”.

É correto usar pronome neutro? A linguagem neutra não é uma regra. Segundo a professora Fabiana, trata-se de “uma tentativa de alguns falantes de darem visibilidade a uma parcela da população que se sente excluída pelo idioma”.

O termo "todes" é usado pela comunidade não-binária, ou seja, pessoas que não se identificam com o gênero feminino nem com o masculino. Informalmente, foi criada a "linguagem neutra" para utilizar termos que não definam essas pessoas como homem ou mulher, como forma de inclusão e respeito.

Argumentos contrários à Linguagem Neutra
Um dos pontos levantados por quem é contra o uso da Linguagem Neutra é que as novas grafias tornam a comunicação repetitiva e longa. Dizer “todos e todas”, por exemplo, é redundante, visto que pode-se dizer apenas “todos”.

Portanto, se dissermos “bom dia, a todos e todas”, isso equivale a dizer “bom dia a todos e todas e a todas”, pois, no pronome indefinido “todos”, a audiência feminina já está incluída. Ao contrário, “todas” é um pronome indefinido excludente, isto é, que suprime a audiência masculina.

Esse modelo é o padrão da prova há alguns anos e, para esta discussão, somente o primeiro é relevante. Afinal, a escrita formal da Língua Portuguesa é o que está previsto na linguagem culta e não na coloquial. Dentro disso, o pronome neutro fere algumas regras da redação no Enem.

Intérprete e colega, por exemplo, com uma só forma designam indivíduos dos dois sexos. Não têm gênero fixo: são masculinos quando se referem ao homem e femininos quando indicam a mulher. Por isso, são denominados comuns de dois gêneros. Para indicar o gênero deles, é preciso usar um artigo ou, então, um adjetivo.

Isso se expandiu, e hoje temos o “ile/deli”, outra forma de utilizar a neutralidade. Quando falamos no singular, podemos utilizar o “elu/delu”, e quando falamos no plural o “ile/deli”, como em “professories”, ao invés de “professores”.