Qual o paradoxo da tolerância?

Perguntado por: lneves . Última atualização: 17 de julho de 2023
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O Paradoxo da tolerância é um dos três paradoxos apontados pelo filósofo da ciência Karl Popper em seu livro The Open Society and Its Enemies. O paradoxo trata da ideia de que, no ambiente social, a tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância.

Mas a ideia é simples: se existe a tolerância ilimitada, grupos que pregam ideias intolerantes acabam corrompendo o debate público, podendo até mesmo ameaçar a democracia e a liberdade de expressão de outros grupos.

“A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então, os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles”, escreve Popper em seu livro.

Os limites da tolerância são, portanto, atingidos quando um grupo tenta dominar os demais fazendo de suas visões rejeitáveis a norma geral. Tal negação do direito à justificação é uma forma de intolerância que não pode ser tolerada.

Tema de autores modernos como Locke e Voltaire, o conceito de tolerância é ainda pouco desenvolvido entre as correntes filosóficas. Tolerância significa uma aceitação dos diversos modos de vida como complementares ou, ao menos, como diferentes 'versões' da mesma humanidade.

Trata-se de uma figura de linguagem com conceitos amplos, por isso, possui algumas subdivisões: paradoxo verídico. paradoxo condicional. paradoxo falsídico.

Tomás de Aquino

O Paradoxo da Onipotência é um argumento que contesta a onipotência de um ser divino. Surgiu na Era Medieval e foi abordado por Tomás de Aquino (1225-1274). Sua forma popular mais conhecida é: “Pode Deus criar uma pedra que não consegue carregar?”. Caso sim, então não é mais onipotente; caso não, nunca foi onipotente.

Popper acredita e defende que o homem atua no mundo um, ou seja, no mundo físico utilizando as teorias que estão no mundo três. Para isto, ele se utiliza de seus processos mentais que estão no mundo dois. Ou seja, os três mundos estão relacionados.

Se estendemos tolerância ilimitada até àqueles que são intolerantes, se não estamos preparados para defender a sociedade tolerante contra o ataque dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos, juntamente com a tolerância.

As pessoas ainda costumam usar o termo “tolerância” para descrever quando lidam de forma indulgente com uma pessoa mesmo que essa pessoa cometa erros ou esteja constantemente a lhe importunar, por exemplo: “me admira como a Maria tenha uma imensa tolerância a Cristina, mesmo depois de tudo o que ele lhe tem feito”.

“Tolerância é suportar e aceitar, é uma atitude fundamental para quem vive em sociedade. Isso porque uma pessoa tolerante, normalmente, aceita opiniões e comportamentos diferentes daqueles estabelecidos pelo seu meio social”, explica a psicóloga clínica Rosângela Olmos.

De acordo com a Declaração de Princípios sobre a Tolerância da ONU ela é o respeito, a aceitação e o apreço pela diversidade em todos seus âmbitos. Não deve ser tida como uma concessão, mas sim como um reconhecimento dos direitos humanos universais e das liberdades fundamentais de cada pessoa.

A tolerância é o ato de agir com condescendência e aceitação perante algo que não se quer ou que não se pode impedir. A tolerância é uma atitude fundamental para quem vive em sociedade. Uma pessoa tolerante normalmente aceita opiniões ou comportamentos diferentes daqueles estabelecidos pelo seu meio social.

Ele evidencia que tolerância não é aceitar tudo que se encontra pelo mundo, mas sim o ato de respeitar. Se o ser humano vir que todos são cheios de defeitos, erros e tolices,e reconhecer que o erro é natural a todo ser humano e que todos são iguais, será mais fácil existir o perdão mutuamente.

A tolerância, na prática, tem a ver com respeitar os diferentes, sendo uma competência de extrema importância e inevitável para o bom convívio social. Por outro lado, a tolerância não pode ser total e absoluta, deve haver limites a serem postos, mas não a ponto de se tornar uma intolerância.

Do latim tolerare, a palavra tolerância indica o ato de suportar, aguentar. na filosofia, o termo ganhou destaque a partir das Revoluções Liberais dos séculos XVII e XVIII, período onde passa a ocorrer uma ampla defesa da democracia, das liberdades individuais e de uma política que respeitasse os direitos fundamentais.