Qual é a grande ameaça que os quilombos traziam para o Brasil?

Perguntado por: azagalo . Última atualização: 21 de agosto de 2023
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A "grande ameaça" que os quilombos traziam para o projeto colonial português era a desarticulação das suas bases econômicas, o que por sua vez ameaça a política colonial estabelecida no país e os interesses econômicos portugueses.

Os quilombos, de maneira geral, funcionavam como válvula de escape para a intensa violência da escravidão nas senzalas. Além disso, eram considerados pontos centrais de oposição ao modelo escravagista, os quais resistiram a diversos confrontos com aqueles que se afirmavam superiores, os senhores de engenho.

De todas as formas de resistência, a mais efetiva foi a formação de Quilombos. Neles, os escravos, após a fuga, criavam uma rede de proteção e viviam livremente. Infelizmente existem muitos relatos de Quilombos que foram destruídos, tanto pela coroa portuguesa como por fazendeiros.

Os quilombolas atacavam as fazendas para resgatar escravos através das guerrilhas em bases militares, por isso tornaram-se uma ameaça perigosa ao sistema mercantil escravista, na medida em que na prática, forjaram uma sociedade cultural e política e economicamente diferente do sistema colonial.

Os quilombos, conforme mencionado, surgiram em meados do século XVI e foram resultado da resistência dos africanos escravizados. Esses escravos eram trazidos ao Brasil por meio do tráfico negreiro e usados aqui, principalmente, na produção do açúcar.

Os remanescentes de quilombos enfrentam problemas sérios, principalmente no que diz respeito à titulação de suas terras. Segundo pesquisa elaborada pelo Centro de Cartografia da Universidade de Brasília, das 2.228 comunidades quilombolas no Brasil, apenas 119 tiveram território regularizado até meados deste ano.

Duas formas de punição eram mais comuns: o açoitamento público, para quem havia sido julgado e condenado, e o chicoteamento no calabouço, que substituiu o castigo privado. “Os senhores tinham que pagar pelo serviço – não apenas pelos açoites e pelo tratamento médico subsequente, mas também por acomodação e alimentação.

A abolição da escravatura no Brasil aconteceu por meio da:

  • Resistência realizada pelos próprios escravos ao longo do século XIX;
  • Adesão de parte da nossa sociedade à causa por meio de associações abolicionistas;
  • Mobilização política dos defensores do abolicionismo.

Pergunta inevitável que sempre fazem para dona Ladeisse é por que justamente Redenção se tornou a primeira cidade brasileira a libertar seus escravos, 15 meses antes do restante da então Província do Ceará, a pioneira no País, e cinco anos antes de ser proclamada a abolição da escravatura em todo o Brasil.

A abolição da escravatura no Brasil não foi resultado da benevolência do Império, como muitos acreditam. Essa conquista foi resultado do engajamento popular contra essa instituição, e a pressão popular sobre o Império foi o fator que fez com que a escravidão fosse abolida em 13 de maio de 1888.

O Quilombo de Palmares, no século XVII, em Alagoas, tornou-se uma referência na história da resistência dos negros à escravidão. Até hoje, quando se fala em resistência negra à escravidão se é induzido a pensar em Zumbi dos Palmares e no quilombo que ele liderou.

A resistência dos escravos tinha como grande objetivo a conquista da liberdade, mas também poderia buscar apenas impor limites ao excesso de tirania de feitores e senhores.

O regime de escravidão no Brasil foi marcado por uma rotina de trabalho pesado e violência, onde os escravizados sofriam punições públicas com frequência. O tronco, o açoite, as humilhações, o uso de ganchos no pescoço ou as correntes presas ao chão, eram bastante comum no período.

Os quilombos se constituem como territórios que expressam a luta coletiva da população negra ao longo da história e que resistem mesmo diante dos ataques do racismo estrutural.

Utiliza-se, para tanto, a conceituação de quilombos do período colonial, segundo a qual quilombo era definido como “toda a habitação de negros fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados e nem se achem pilões nele”.