Porque o Reino Unido ainda tem rainha?

Perguntado por: lavila . Última atualização: 27 de setembro de 2023
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A manutenção da monarquia britânica na sociedade contemporânea pode ser explicada, de acordo com historiadores e especialistas no tema, pelo forte caráter identitário que ela carrega, uma vez que é um reflexo vivo da história e da tradição do Reino Unido.

Foi-se o tempo (há tempo) em que ser rei significava grandes banquetes servidos a cada período do tempo e que com o balançar de um dedo a pessoa era mandada pra execução. Hoje em dia a rainha também tem como função governamental abrir e dissolver o Parlamento Britânico, que por sua vez forma um governo em seu nome.

A realeza do Reino Unido segue a regra da primogenitura, que determina que o primeiro filho do monarca que morreu ou abdicou tem direito ao trono. É por isso que os filhos do príncipe William, príncipe George, princesa Charlotte e príncipe Louis, aparecem na lista antes do tio, príncipe Harry.

O Monarca designa o Primeiro-ministro como chefe do Governo de Sua Majestade no Reino Unido, com o consenso de que este deveria ser igualmente membro da Câmara dos Comuns para, mais facilmente, formar um governo apoiado pela maioria dos parlamentares.

São eles: Austrália, Antígua e Barbuda, Bahamas, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Papua Nova Guiné, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Nova Zelândia, Ilhas Salomão e Tuvalu. Pouco antes da morte de Elizabeth II, a lista de países era um pouco maior.

Em 1707, o Parlamento da Inglaterra e o Parlamento da Escócia se unem, formalizando a união entre os dois reinos – que eram governados pela mesma Coroa desde 1603, com a ascensão de James 1º (Inglaterra) e James 4º (Escócia) – e criando o Reino da Grã-Bretanha.

Na Europa, países como Bélgica, Dinamarca, Espanha, Holanda Liechtenstein, Luxemburgo, Mônaco, Noruega e Suécia são monarquias. No Oriente Médio, a lista inclui Arábia Saudita, Catar e Kuwait, entre outros. Na Ásia, o exemplo mais conhecido é o do Japão.

A riqueza privada da família real é gerada principalmente pelos lucros do Ducado de Lancaster, um portfólio de terras, propriedades e bens que são administrados de forma separada do patrimônio da monarquia.

Para os ingleses, esse dinheiro vem da Crown Estate (Propriedades da Coroa), de natureza semi pública, sem pertencer ao Estado ou à Coroa, e compreende um vasto conjunto de terras na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte. Todos os anos o Governo destina 15% de sua receita para a Casa Real.

A monarquia era a forma tradicional de governo na Europa durante a Idade Média, e, no caso britânico, sua formação se iniciou pelo reino de Wessex e sua luta contra os invasores vikings, que ameaçaram dominar toda a Bretanha entre os séculos IX e X.

No Reino Unido, o monarca é o chefe de Estado com um papel cerimonial e estritamente apolítico, cabendo-lhe nomear o primeiro-ministro indicado pelo Parlamento e assinar formalmente as leis aprovadas pelo Legislativo (desde 1708, o consentimento real nunca foi negado) e as nomeações oficiais.