O que faz subir a taxa de juros?

Perguntado por: cbarbosa . Última atualização: 17 de julho de 2023
4.1 / 5 18 votos

Quando o Banco Central quer reduzir a inflação, ele aumenta a Taxa Selic porque, assim, aumentará o “custo” do dinheiro. Com isso, fica mais caro pegar empréstimos, fazer financiamentos e consumir. A redução do consumo força uma redução da inflação.

Para controlar a inflação, o Banco Central aumenta a taxa básica de juros, a Selic, que por sua vez influencia os juros cobrados pelos bancos em empréstimos e financiamentos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou hoje sua reunião periódica para definir se taxa de juros básica da economia brasileira continua ou não em 13,75%. Conforme Costa, o BC esta elevando os juros para a população.

Mas não só isso, a taxa de juros regula a “liquidez” do sistema financeiro, ou seja, o quanto tem de dinheiro na economia. Se a taxa de juros está baixa, há estímulos para as pessoas pegarem mais dinheiro emprestado, ampliando a liquidez do sistema. Se a taxa está elevada, há tendência aos bancos reterem dinheiro.

A taxa Selic pode subir ou cair por diversos motivos, mas em geral, ela é influenciada por dois principais fatores: a inflação e o nível de atividade econômica. Quando a inflação está alta, o Banco Central (BC) pode aumentar a taxa Selic para reduzir o consumo de bens e a demanda por crédito.

A taxa Selic “meta” é definida e anunciada pelo Comitê de Política Econômica (Copom), um órgão do Banco Central formado pelo seu presidente e por alguns diretores.

Um aumento nos índices de inflação pode ser influenciado por diferentes causas, que podem ser agrupadas em quatro grandes grupos: 1) aumento na demanda; 2) aumento, ou pressões, nos custos de produção; 3) inércia inflacionária e expectativas de inflação; e 4) aumento de emissão de moeda.

O governo Bolsonaro vai entregar o Brasil com a Selic mais do que o dobro do que recebeu. Em quatro anos, a taxa básica de juros saiu de 6,5% para 13,75%. De 6,5% no início do governo, a Selic começou uma tendência de queda em julho de 2019, chegando a 2% em agosto de 2020.

Brasil Partido
O entendimento do governo, segundo o próprio presidente, é que a atual taxa de juros definida pelo Banco Central está alta demais, freando demais o crescimento do país. Segundo essa visão, haveria "espaço de manobra" para diminuí-la - e aquecer a economia - sem perder a inflação de controle.

A maior taxa Selic da história foi registrada em 1989, período em que a economia brasileira sofria com a hiperinflação. Em 2 de fevereiro daquele ano, o índice apurado foi de 3,626% no dia. A maior Selic acumulada em 12 meses foi registrada em 26 de dezembro do mesmo ano, quando a taxa composta atingiu 115.334,03%.

“A inflação afeta o investimento, acaba com o emprego, corrói salário e aumenta a pobreza. O juro alto vem para rearrumar a casa, para continuar construindo.”

Com menos dinheiro circulando na economia, a inflação tende a desacelerar. Já quando as taxas de juros estão baixas, o crédito fica mais acessível e barato, o que estimula o consumo e o investimento, fazendo a economia crescer.

Além disso, uma taxa de juros elevada restringe o acesso ao crédito, reduz o consumo e diminui a demanda. Sendo assim, o aumento pode servir para reduzir a atividade econômica e, consequentemente, para conter o avanço da inflação pela queda de demanda.