O que é senso comum e senso sociológico?

Perguntado por: nmorgado . Última atualização: 17 de julho de 2023
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Enquanto o senso comum fortalece suas explicações do mundo ao longo do tempo, nos parece bastante interessante a tarefa árdua e intrigante da Sociologia em romper com paradigmas que foram criados pela própria sociologia. Isso evidencia que o discurso sociológico é responsável, baseando-se no método científico.

A principal diferença entre a sociologia e o senso comum e que o senso comum tende a dar um ponto final nos assuntos estudados e a sociologia, assim como os demais conhecimentos críticos, busca ampliar o debate, sem esgotá-lo. Como similaridade elas tratam de temas bem parecidos.

O senso comum é um tipo de conhecimento popular, adquirido pela observação e pela repetição, que não foi testado metodicamente. O senso comum é adquirido, muitas vezes, por meio das convenções coletivas.

O senso comum é transmitido de geração para geração nas sociedades. Por meio dele, o homem embasa o cotidiano e explica a realidade em que vive. Também expressam a avaliação qualitativa, pois considera os efeitos produzidos nos nossos sentidos e órgãos, bem como nos objetos.

Senso comum é baseado na vida cotidiana, não tem fundamento teórico-metodológico, fundamentado na crença e na opinião popular. Conhecimento sociológico é fundamentado em estudos sociais, tem base teórico-metodológica.

O senso comum é a maneira de pensar da maioria das pessoas, correspondendo a algumas noções que são, via de regra, admitidas por boa parte dos indivíduos. É aquele conhecimento que adquirimos ao observar, vivenciar e experimentar o mundo.

Brasileiro gosta de samba, churrasco e futebol. Esse é outro exemplo do senso comum. A frase, que pode ser dita tanto por brasileiros como por estrangeiros, reflete a ideia generalizada de que todas as pessoas nascidas no Brasil gostam de fazer essas atividades em seus momentos de lazer.

O senso comum é um tipo de conhecimento popular, adquirido pela observação e pela repetição e não foi testado metodicamente. O conhecimento cotidiano, não refletido e não testado, que adquirimos por meio da repetição das experiências e da cultura, de geração a geração, é conhecido como senso comum.

O bom senso assume a precariedade e a impureza das soluções de compromisso. O senso comum é cheio de certezas e já não implica em reflexão, mas numa aderência a ideias que circulam e se espalham como uma onda.

Características do senso comum
é subjetivo e reflete sentimentos e opiniões; considera experiências do cotidiano; aprendizado informal; expressa uma avaliação qualitativa.

Com o tempo, o senso comum pode criar tradições e dogmas que se colocam como barreiras para busca do conhecimento de forma organizada. Muitas correntes da psicologia e da sociologia consideram que o senso comum, dentro de uma óptica construtivista, é a base para o empirismo, a filosofia e o conhecimento científico.

O olhar sociológico nos ajuda a encarar nossa realidade por ângulos que não estamos habituados a enxergar. Como seres humanos e indivíduos, estamos acostumados a levar em consideração apenas o que está em nosso contato direto. No entanto, nossa realidade não é apenas formada pelas nossas experiências particulares.

Não é outra também a postura de teóricos sociais como Durkheim e Bourdieu: o conhecimento social de senso comum é neles explicitamente associado ao uso de conceitos sociais cujos significados foram fixados na vida cotidiana, e não no âmbito de um saber teórico especializado.