O que é o relativismo social?

Perguntado por: esubtil . Última atualização: 17 de julho de 2023
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O relativismo social foi desenvolvido no seio da antropologia social, buscando romper com as comparações e a utilização de critérios independentes para emitir juízo de valor. Assim a cultura só pode ser considerada dentro de seu próprio contexto cultural.

O relativismo, enquanto posição filosófica, defende que o conhecimento é relativo ao sujeito que conhece ou a um ponto de vista. O corolário do relativismo cognitivo é a suposição ontológica de que a realidade não existe em si mesma, independentemente de um ponto de vista sobre ela.

O que é relativismo cultural
Relativizar é deixar o julgamento de lado, assim como se afastar da sua própria cultura a fim de entender melhor o outro. Um exemplo de aplicação do relativismo cultural em pesquisas antropológicas pode ser visto no estudo de sociedades tradicionais isoladas de influências ocidentais.

Nesse sentido, o discurso do relativismo cultural defende que todos os povos, grupos ou comunidades expressem sua cultura de maneira distinta, sendo todas igualmente válidas. Nesse raciocínio, portanto, não existe um padrão pré-existente que julgue uma cultura como certa ou errada.

O relativismo entende que não há nenhuma verdade absoluta, nem no âmbito moral e no campo cultural. Por isso, propõe uma abordagem cultural e moral sem julgamentos pré-concebidos.

O relativismo cultural é importante para que as culturas não sejam estratificadas em camadas hierárquicas, como se existisse “cultura pior” e “cultura melhor”. O relativismo cultural é importante na prática do “olhar o outro” sem, contudo, olhar a partir de “onde estamos”.

Desse modo, o relativismo cultural nos faz perceber as diferenças como uma diversidade possível, e não como algo inferior ou mesmo que deveria ser eliminado. Cada cultura percebe e age em relação ao mundo de maneira diferente. Consequentemente, não há melhor ou pior.

Franz Boas foi um dos maiores antropólogos de todos os tempos. Pai da antropologia norte-americana, pioneiro do método etnográfico e da noção relativista e plural de cultura.

Tipos de relativismo

  • Relativismo cognitivo: Isso é exatamente o que vimos desenvolvendo ao longo da escrita. ...
  • Relativismo moral: Também chamado de relativismo ético. ...
  • Relativismo cultural: Surge em oposição ao etnocentrismo e defende que todas as culturas são iguais.

O relativismo religioso coloca no mesmo plano todas as religiões – considerando-as todas como expressões de um “espiritualismo” geral. Elimina seus aspectos dogmáticos e de verdade e as reduz a um querer-se bem genérico, colocando-as todas na mesma prateleira de um supermercado religioso.

O problema do relativismo moral é que, precisamente, ele nega que exista uma obra final. Relativistas não possuem um código de conduta para guiá-los. Seguem valores contraditórios e a forma final é irreconhecível, uma vez que não há nem certo nem errado. A partir disto, derivam problemas insolúveis.

Se concordamos com o relativismo cultural, não poderemos julgar ou intervir numa cultura que comete atos contra a dignidade humana. Por isso, é preciso ter atenção sobre o que é um costume e o que é uma agressão. Deixaríamos de poder afirmar que os costumes de outras sociedades são moralmente inferiores aos nossos.

O resultado disso seria correr o risco de ver seus segredos expostos ou de conviver com traições e “puxadas de tapete”. Neste caso, o relativismo deteriora as relações humanas e conduz a um ambiente de desconfiança mútua.

O PENSAMENTO RELATIVISTA
Entende-se que o pensamento relativista encontra-se nas obras de diversos filósofos que compõe a história da filosofia, dentre eles estão Hume, Kant e Nietzsche.