O que é linguagem neutra?

Perguntado por: ereal . Última atualização: 28 de junho de 2023
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A neutralidade de gêneros em neolinguagem ou linguagem gênero-neutra, do ponto de vista sociolinguístico e gramatical, é uma vertente recente das demandas por maior igualdade entre homens, mulheres e pessoas não binárias.

A linguagem neutra se refere à eliminação dos gêneros masculino e feminino na comunicação entre as pessoas de uma sociedade. Ela também é chamada de dialeto neutro ou linguagem não-binária. Por exemplo, usar “elu” e “todes”, no lugar de “ele/ela” e “todos/todas”.

Aqui vão algumas dicas para você incluir a linguagem inclusiva e neutra no seu cotidiano: Experimente usar nomes coletivos sem demarcação de gênero (Ex.: pessoal). Crie o hábito de preferir adjetivos sem demarcação de gênero (Ex.: incrível). Substitua nomes marcadores de gênero por nomes neutros (Ex.: estudantes).

A linguagem neutra, também conhecida como linguagem não binária, evita o uso dos gêneros tradicionalmente aceitos pela sociedade (masculino e feminino), com o intuito de tornar a comunicação mais inclusiva e menos sexista.

Além dos confrontos ideológicos, a linguagem neutra também encontra desafios na língua falada e escrita. Um dos problemas é o uso de “x” e “@” em palavras como “todxs/tod@s” e “alunxs/alun@s”, que ainda persistem em algumas ocasiões.

O termo "todes" é usado pela comunidade não-binária, ou seja, pessoas que não se identificam com o gênero feminino nem com o masculino. Informalmente, foi criada a "linguagem neutra" para utilizar termos que não definam essas pessoas como homem ou mulher, como forma de inclusão e respeito.

Por exemplo, quando alguém se identifica com o gênero feminino, podemos nos referir a esta como “ela” ou “dela”. Quando é masculino temos “ele ou “dele”. E quando uma pessoa não se identifica com os padrões de gênero, ou seja, é não-binária, podemos usar os pronomes “elu” ou “delu”.

Portanto, se dissermos “bom dia, a todos e todas”, isso equivale a dizer “bom dia a todos e todas e a todas”, pois, no pronome indefinido “todos”, a audiência feminina já está incluída. Ao contrário, “todas” é um pronome indefinido excludente, isto é, que suprime a audiência masculina.

O uso do pronome neutro se dá por meio da substituição das vogais “e” e “a”, desses pronomes pessoais e possessivos da 3ª pessoa, por “u”. Ou seja, “ele”/“dele” e “ela”/“dela” passa a ser “elu”/“delu”. Outra alternativa é utilizar “ile”/“dile” para substituir os pronomes binários.

França

Na França. A discussão sobre a linguagem neutra também se tornou recorrente na França. Aliás, este foi o país que tomou a decisão mais abrangente e dura sobre o tema.

O Projeto de Lei 198/23 veda o uso, em qualquer contexto ou disciplina, de linguagem que empregue o gênero neutro na educação básica.

A linguagem neutra, também pode ser conhecida como linguagem inclusiva. Ela tem o objetivo de evitar a exclusão de pessoas com base em sua identidade de gênero, sexualidade, ou outros aspectos de identidade.

Isso se expandiu, e hoje temos o “ile/deli”, outra forma de utilizar a neutralidade. Quando falamos no singular, podemos utilizar o “elu/delu”, e quando falamos no plural o “ile/deli”, como em “professories”, ao invés de “professores”.

“Todes” não é e nunca poderá ser um pronome; simplesmente porque não é considerado assim na estrutura da Língua. Se alguém quiser usar, que use, mas não se admite que um comunicado de um Museu da Língua Portuguesa traga esse corpo estranho; essa invencionice.

Quando se utiliza o pronome neutro, não é possível identificar o gênero da pessoa de quem se fala nem como masculino, nem como feminino. Por isso, é o utilizado para pessoas não binárias. Os pronomes são palavras utilizadas para substituir o nome de alguém ou de algo.

A resposta é simples: no idioma português, o masculino e o neutro se fundiram graças às suas estruturas morfossintáticas parecidas. Desde então, o masculino genérico passou a indicar neutralidade do sujeito, ou gênero não marcado, e o feminino se tornou o único marcador de gênero de verdade.