O que é a La Niña?

Perguntado por: lcosta . Última atualização: 17 de julho de 2023
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O La Niña é um fenômeno natural que, oposto ao El Niño, consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Assim como o El Niño, sua ocorrência gera uma série de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura ao redor da Terra.

O La Niña é um fenômeno oceânico caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial e de mudanças na circulação atmosférica tropical, impactando os regimes de temperatura e chuva em várias partes do globo, incluindo a América do Sul.

Tanto o El Niño quanto o La Niña podem ter impactos globais no clima, na agricultura, nos ecossistemas e nas economias. O La Niña tende a criar condições de seca em muitas partes do mundo, a exemplo do Sul do Brasil, enquanto traz chuvas em excesso para outras áreas, como o litoral do Nordeste e a Amazônia.

Em geral, episódios La Niñas também têm freqüência de 2 a 7 anos, todavia tem ocorrido em menor quantidade que o El Niño durante as últimas décadas. Além do mais, os episódios La Niña têm períodos de aproximadamente 9 a 12 meses, e somente alguns episódios persistem por mais que 2 anos.

Outros nomes como "El Viejo" ou "anti-El Niño" também foram usados para se referir ao resfriamento, mas o termo La Niña ganhou mais popularidade. As últimas ocorrências com forte intensidade foram registradas em 1988–1989, 1998-2001, 2007–2008 e 2020-2023.

Os próximos meses deverão apresentar temperaturas mais elevadas em relação à média histórica, porém, essa condição não impedirá o ingresso de massas de ar frio de origem polar, com períodos mais frios e que ocasionalmente provocarão fenômenos típicos da estação, como geadas e nevoeiros.

A diminuição da temperatura pode ocasionar: i) formação de geada nas regiões Sul e Sudeste e no estado do Mato Grosso do Sul; ii) queda de neve nas áreas serranas e planaltos da Região Sul e, iii) episódios de friagem em Mato Grosso, Rondônia, Acre e no sul do Amazonas.

No Brasil, o La Niña resulta em chuvas intensas no Norte e Nordeste. Os estados do Sul registram calor intenso e seca severa. Os efeitos desse evento variam no Centro-Oeste e no Sudeste. O La Niña mais recente provocou queda das temperaturas nessas regiões e aumento no volume de chuvas.

Há expectativa dos especialistas é que tão forte será e que possa até mesmo se configurar em um Super El Niño. A estimativa é que seja um fenômeno curto com maior intensidade nos meses de agosto de 2023 a fevereiro de 2024 segundo os dados reportados até a presente data.

O La Niña é o fenômeno oposto do El Niño. Durante seu período de ocorrência, os ventos alísios ganham força, aumentando a ressurgência de águas profundas do Oceano Pacífico, que trazem mais nutrientes e aumentam a população de peixes, melhorando a produtividade da pesca local.

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Mas, em 2023, o país será afetado pelo fenômeno climático El Niño, que contribui para uma primavera e verão com temperaturas em torno ou acima da média, favorecendo períodos prolongados de calor mais intenso.

Última modificação 10/07/2023 11h30 . Após um longo período sob influência do fenômeno La Niña e uma breve fase de neutralidade, o El Niño, cuja principal característica é o aquecimento anormal e persistente da temperatura da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador, está de volta.