O que aconteceu com o coração de dom Pedro?

Perguntado por: lgaspar . Última atualização: 9 de agosto de 2023
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Emprestado pelo Governo Português, o coração do primeiro Imperador do Brasil é conservado em formol e protegido a cinco chaves em uma urna.

O órgão foi trazido ao Brasil para as comemorações dos 200 anos da Independência e retornará ao solo português em 8 de setembro. O formol é utilizado por sua capacidade de impedir a destruição de células e tecidos.

O coração de Dom Pedro I é o coração do rei português Dom Pedro IV e imperador brasileiro Dom Pedro I, preservado desde sua morte, em 1834. O órgão é mantido em um bocal de vidro, com formol, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa. O recipiente é mantido em uma urna, fechada a chave.

O órgão, guardado na Igreja da Lapa, fica trancado a cinco chaves, que abrem uma placa de metal, redes de ferro, uma urna e a caixa de madeira onde fica armazenado o coração.

Como parte das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, o coração de Dom Pedro I foi transportado pela Força Aérea Brasileira (FAB) diretamente de Portugal, chegando em Brasília nesta segunda-feira (22).

Cuidados com o órgão
Pedro deixa Portugal. O órgão é mantido na capela-mor da Igreja Nossa Senhora da Lapa, em Porto, Portugal. Foi um desejo do imperador antes de morrer. O órgão é embebido por formol e pesa aproximadamente 9 quilos.

Catedral São Pedro de Alcântara

Já Dom Pedro II depois da morte, em 1889, teve seu corpo levado para Portugal para ser sepultado no Panteão dos Bragança, em Lisboa. Ficou lá até 1922, quando seus restos mortais foram trazidos para o Brasil. Hoje está na Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, Rio de Janeiro, no Mausoléu Imperial.

O coração de Dom Pedro I chegou ao Brasil, na manhã desta segunda-feira (22), para as comemorações do Bicentenário da Independência. O recipiente com o órgão embalsamado do antigo imperador pousou na Base Aérea de Brasília em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

"O rei Dom Pedro IV, horas antes de morrer em 24 de setembro de 1834, no Palácio de Queluz onde nascera, chamou para junto de si a Imperatriz Dona Amélia, a quem manifestou o desejo de que seu coração fosse entregue à cidade do Porto como prova de reconhecimento pelos devotados sacrifícios que os portugueses haviam ...

O coração está conservado em formol há 187 anos.
Na terça-feira (23), a relíquia será recebida na rampa do Palácio do Planalto, em uma solenidade com as honras de chefe de Estado. A partir de quinta-feira (25), o coração ficará exposto em uma cripta no Itamaraty.

O formol foi descoberto em 1859 pelo químico russo Aleksandr Butlerov, mas apenas em 1867 essa substância foi quimicamente identificada e preparada controladamente por August Wilhelm von Hofmann, químico alemão, por meio de seus experimentos com metanol e platina.

Dom Pedro morrer no palácio que nasceu, o fato de doar o coração, isso faz parte dessa construção dele de como ele será visto no futuro, como um herói romântico que a gente vê até hoje, ele mesmo constrói isso”, enaltece Paulo, como uma forma de construção de sua imagem heroica.

— O coração do imperador será recebido com todas as honras de Estado, seguindo o mesmo ritual dispensado durante as visitas de chefes de outros países. Ele será tratado como se D. Pedro I estivesse vivo entre nós — acrescentou o chefe do cerimonial do Itamaraty, ministro Alan Coelho de Selos.

A partir de então o mesmo foi transferido juntamente com o coração do Mar Ar Eduardo Gomes para o Museu Aeroespacial (MUSAL), no Campo dos Afonsos/RJ, local no qual permanecem até o momento.

Apresentando um tamanho aproximado de um punho fechado (cerca de 300 gramas), esse órgão é formado basicamente por tecido muscular estriado cardíaco, um tipo de tecido muscular que apresenta contração involuntária, ou seja, que se contrai independentemente da nossa vontade.